Como António Costa vê 2017? Com confiança e expectativa de juros mais baixos
As afirmações do primeiro-ministro vêm na sequência da mensagem de confiança da União Europeia relativamente à evolução orçamental portuguesa.
O primeiro-ministro afirmou esta quarta-feira que Portugal pode encarar o próximo ano com "confiança e sem sobressaltos", após Bruxelas ter decidido não apresentar qualquer proposta de suspensão de fundos e o Orçamento para 2017 ter recebido "luz verde". António Costa também acredita que os juros da dívida vão conhecer um ajustamento ao longo do próximo ano.
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O primeiro-ministro afirmou esta quarta-feira que Portugal pode encarar o próximo ano com "confiança e sem sobressaltos", após Bruxelas ter decidido não apresentar qualquer proposta de suspensão de fundos e o Orçamento para 2017 ter recebido "luz verde". António Costa também acredita que os juros da dívida vão conhecer um ajustamento ao longo do próximo ano.
António Costa falava aos jornalistas antes de um encontro empresarial em Casablanca, depois de a Comissão Europeia ter concluído que, em função da "acção efectiva" realizada pelas autoridades nacionais, o procedimento por défice excessivo (PDE) deve ser suspenso e de ter sustentado que o país deverá "respeitar o valor de referência" para o défice orçamental de 3% "este ano".
Quando questionado em relação ao peso da dívida na economia portuguesa e à possibilidade de os juros nos mercados financeiros poderem aumentar no próximo ano, o primeiro-ministro considera que é "muito provável que, ao longo de 2017, perante números que se consolidam sobre o crescimento da economia e a mensagem de confiança da União Europeia relativamente à evolução orçamental portuguesa, os próprios mercados ajustem o custo da nossa dívida face a valores mais compatíveis com a realidade económica do país."
A Comissão Europeia disse esta quarta-feira também acreditar que os riscos de incumprimento que identificou no plano orçamental português para 2017 "não se materializarão" e saudou os dados sobre crescimento económico conhecidos na véspera.
"Só podemos estar optimistas relativamente a 2017 e quanto ao sinal que isto representa em termos de confiança nas finanças públicas portuguesas", declarou o primeiro-ministro.
Segundo António Costa, "objectivamente esta quarta-feira a Comissão Europeia reconheceu várias coisas": "Em 2016 tivemos uma acção efectiva no controlo das finanças públicas e, por isso temos a expectativa de podermos sair do PDE; em segundo lugar há um cancelamento do processo relativo às sanções; e, relativamente ao Orçamento para 2017, os riscos de incumprimentos são bastante limitados."
De acordo com o líder do executivo, "as famílias podem começar a olhar para o seu dia-a-dia com maior tranquilidade, sem sobressaltos de cortes ou de aumentos de impostos".
"As empresas portuguesas podem olhar com confiança para as condições de financiamento e o país pode olhar com confiança e tranquilidade quanto ao seu relacionamento com as instituições europeias", disse.
António Costa defendeu depois que "as três mensagens hoje dadas pela Comissão Europeia dão um importante incentivo ao Governo em termos de motivação".
"A melhor garantia que 2017 vai correr bem foi a forma como correu 2016. Há um ano a Comissão Europeia não aprovou o Orçamento, que teve de ser alterado já na Assembleia da República, e foram exigidas medidas suplementares, ao mesmo tempo em que claramente era dito a Portugal que não iria sair do Procedimento por Défices Excessivos (PDE), tendo ainda sido aberto um processo por sanções", apontou o primeiro-ministro.
Agora, no entanto, de acordo com o primeiro-ministro, "a multa foi cancelada, hoje caiu a ameaça de suspensão de fundos e o Orçamento para 2017 foi aprovado, tendo sido dito que Portugal iria sair do PDE".
"Aliás, foi explicitado que os números que na terça-feira foram conhecidos sobre o forte crescimento económico no terceiro trimestre indiciam melhores perspetivas do que os números anteriores com que a Comissão Europeia trabalhou", referiu António Costa.
Por todos estes factores, o primeiro-ministro acredita que o país "só pode estar optimista relativamente a 2017".
"Portanto, hoje é um bom motivo para estarmos satisfeitos. Se me perguntam se estou hoje mais satisfeito do que há um ano, digo que sim. Levámos um ano inteiro a falar sobre planos B e que as coisas iam falhar. Estamos a chegar ao final do ano e os cenários negativos não se confirmaram", acrescentou.