Costa sublinha que sistema financeiro saiu do impasse e vai ajudar crescimento

O primeiro-ministro também falou, em Madrid, sobre o abismo a que se referiu Jorge Sampaio no artigo do PÚBLICO.

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Costa está em Madrid, onde se reuniu com Mariano Rajoy Reuters/SERGIO PEREZ

O primeiro-ministro português, António Costa, realçou hoje em Madrid que o sistema financeiro português saiu do impasse em que se encontrava e que isso irá ajudar no crescimento da economia, tendo dado como exemplo o caso de Espanha.

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O primeiro-ministro português, António Costa, realçou hoje em Madrid que o sistema financeiro português saiu do impasse em que se encontrava e que isso irá ajudar no crescimento da economia, tendo dado como exemplo o caso de Espanha.

“Aquilo que tenho registado ao longo deste ano é que saímos, precisamente, do impasse”, disse António Costa numa conferência de imprensa com o chefe do Governo espanhol, Mariano Rajoy, com quem teve um almoço de trabalho.

Para o primeiro-ministro português, o exemplo espanhol no setor financeiro “é um excelente exemplo” e explicou que o país vizinho deu “prioridade à resolução dos problemas da banca” e isso é uma das razões que explicam o “forte crescimento” que tem neste momento.

“Portugal teve outras prioridades e tem de tratar agora do que a Espanha tratou antes”, concluiu António Costa.

O primeiro-ministro considerou ter sido “uma alteração essencial o facto de a Comissão Europeia ter autorizado a capitalização a 100% pública deste banco”.

“Esse plano de capitalização, que é o essencial, está a decorrer normalmente, está em curso e será concluído no calendário previsto”, explicou António Costa, que referiu ainda que os problemas do BPI e do BCP estão também em vias de ser resolvidos.

A Espanha recebeu em 2011 uma ajuda europeia dirigida à resolução dos problemas do seu sistema bancário, ao contrário de países como a Grécia e Portugal que foram alvo do auxílio internacional (União Europeia e Fundo Monetário Internacional) para corrigir desequilíbrios orçamentais.

“Estamos a sair de uma fase de instabilidade do nosso sistema financeiro, a estabilizá-lo e a concluir um trabalho com o Banco de Portugal para termos uma solução sistémica para resolver situações de ativos menos preformantes da banca portuguesa”, afirmou António Costa.

Travar a corrida para o abismo

Ainda em Madrid, Costa disse que “a melhor maneira de travar a corrida para o abismo” é dar “respostas concretas” aos cidadãos e “aumentar a cooperação” entre os Estados-membros da União Europeia.

“A melhor forma de travar a corrida para o abismo que falava o Presidente Jorge Sampaio é dar respostas concretas aos cidadãos europeus”, afirmou hoje em Madrid António Costa no final de um almoço de trabalho com o presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy.

Para o primeiro-ministro português, “a resposta a quem tem medo da ameaça terrorista não é fechar as fronteiras, é aumentar a cooperação” europeia nas áreas policial, judicial ou serviços de segurança.

“Temos de investir na cooperação com os países africanos para conter na origem a pressão migratória”, sublinhou ainda António Costa, insistindo que “a boa resposta não é o proteccionismo”.

O ex-Presidente Jorge Sampaio lançou hoje um apelo para travar a "corrida para o abismo" potenciada pelo Brexit e pela vitória de Donald Trump nas presidenciais norte-americanas, alertando que não haverá paz duradoura se a desconfiança persistir.

Num ensaio para o jornal Público, que ocupa mais de cinco páginas, o ex-chefe de Estado português refere-se ao resultado das presidenciais da semana passada nos Estados Unidos, que deram a vitória ao magnata republicano Donald Trump, para advertir que é “impossível não olhar já para as eleições de 2017 em França e na Alemanha como próximas etapas prováveis desta corrida para o abismo”.

António Costa e Mariano Rajoy reafirmaram a vontade dos dois países ibéricos de manter “uma boa relação amigável com os Estados Unidos”.

“O que desejo é que cada país europeu mantenha excelentes relações com os Estados Unidos”, afirmou Costa.

Contra o que previam as sondagens, Donald Trump, o polémico magnata do imobiliário, venceu as eleições presidenciais dos Estados Unidos, obtendo 289 votos no colégio eleitoral, contra os 218 conquistados pela adversária democrata, Hillary Clinton.