Costa pressiona para que candidato a Matosinhos seja escolhido rapidamente

Secretário-geral do PS visita na próxima semana Matosinhos, mas vai encontrar um partido muito dividido.

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Pizarro e Costa no congresso do PS-Porto em Março mr manuel roberto

O líder do PS, António Costa, fez um apelo à distrital do Porto para que acelere uma solução para Matosinhos, de forma a estancar a polémica que as autárquicas abriram na concelhia e que se está a estender aos independentes do Movimento por Matosinhos (MPM), do presidente da câmara, Guilherme Pinto, com quem os socialistas querem fazer um acordo pré-eleitoral.

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O líder do PS, António Costa, fez um apelo à distrital do Porto para que acelere uma solução para Matosinhos, de forma a estancar a polémica que as autárquicas abriram na concelhia e que se está a estender aos independentes do Movimento por Matosinhos (MPM), do presidente da câmara, Guilherme Pinto, com quem os socialistas querem fazer um acordo pré-eleitoral.

António Costa e Manuel Pizarro, líder da distrital socialista, pretendem ver Luísa Salgueiro a liderar a candidatura à câmara, mas a escolha esbarra na vontade do presidente da concelhia, Ernesto Páscoa, cujo nome foi aprovado pela concelhia. “Não sou barriga de aluguer de ninguém para ser usado para dar o aval a uma decisão que já está tomada e que agora querem impor, passando por cima dos militantes”, afirma o líder concelhio. Acusa o presidente federativo de ter anunciado esta semana, no final de um almoço com Guilherme Pinto, que seria Luísa Salgueiro a liderar a lista conjunta com os independentes.

“Qual é a legitimidade de impor um nome, quando há ainda muitos militantes que não foram ouvidos?”, questiona Ernesto Páscoa, acusando Pizarro de querer “estar a destruir o partido em Matosinhos”.  “Já destruiu o PS no Porto — aliás, não há Partido Socialista no Porto — e agora quer destruir o PS em Matosinhos, impondo uma pessoa que divide não apenas os socialistas, mas também os independentes”, sublinha o dirigente ao PÚBLICO.

Negando peremptoriamente que no almoço de segunda-feira tenha sido “discutido o nome de A, B ou C para liderar a lista”, o dirigente concelhio insurge-se contra a conduta do presidente da federação: “Agarra-se como um náufrago à tábua dos independentes para impor a candidata aos socialistas.” A 11 meses das eleições locais, Páscoa questiona a pressa em fechar o processo de Matosinhos. E é com ironia que dá ele próprio a resposta: “Ah, já me lembro! Tem que ver com a visita que António Costa tem agendado para a próxima sexta-feira a Matosinhos. A distrital quer dar um sinal de pacificação interna, mas ela não existe.”
Para esse dia está marcada uma assembleia de militantes da Senhora da Hora, integrada no périplo que o líder da federação faz às secções do partido.

O líder socialista de Matosinhos lamenta que o PS ande a discutir “assuntos desta importância à mesa dos restaurantes”, como aconteceu esta semana com Guilherme Pinto, quando o partido tem locais próprios para o fazer.

Quanto a Luísa Salgueiro, desafia-a assumir-se como candidata. “Luísa Salgueiro ainda não manifestou em lado nenhum vontade em ser candidata a Matosinhos nas próximas eleições e seria bom que o fizesse. Os únicos que manifestaram essa vontade foram eu, em primeiro lugar, e, mais recentemente, o actual vice-presidente da câmara, Eduardo Pinheiro”, sublinhou.

O líder concelhio não esquece a direcção do PS e deixa recados. “Lamento que tanto António Costa como Ana Catarina Mendes, secretária-geral adjunta, tenham ignorado os avisos que lhes fiz chegar, através de cartas, alertando-os para o que poderia vir a acontecer em Matosinhos.”