Comunidade indo-asiática foi a mais presente em manifestação de imigrantes
Manifestantes exigem uma alteração da Lei de Imigração para resolver o problema de cerca de 30 mil estrangeiros que vivem em Portugal. Partido Nacional Renovador brandiu cartazes dizendo "invasão não/ façam boa viagem".
A comunidade indo-asiática (Índia, Bangladesh e Paquistão) foi a mais representada na manifestação que decorreu neste domingo em defesa da legalização dos cerca de 30 mil cidadãos indocumentados que a Solidariedade Imigrante-Associação para a Defesa dos Direitos dos Imigrantes estima existirem em Portugal, afirma o seu líder, Timóteo Macedo. O Partido Nacional Renovador marcou presença e um dos seus militantes foi detido (e posteriormente libertado, após ser identificado pela PSP).
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A comunidade indo-asiática (Índia, Bangladesh e Paquistão) foi a mais representada na manifestação que decorreu neste domingo em defesa da legalização dos cerca de 30 mil cidadãos indocumentados que a Solidariedade Imigrante-Associação para a Defesa dos Direitos dos Imigrantes estima existirem em Portugal, afirma o seu líder, Timóteo Macedo. O Partido Nacional Renovador marcou presença e um dos seus militantes foi detido (e posteriormente libertado, após ser identificado pela PSP).
“A comunidade indo-asiática é a que neste momento está a ser mais discriminada, muitos são muçulmanos", refere Timóteo Macedo, talvez por isso tenham sido os que mais marcaram a sua presença. Jamil Ahmod, natural do Bangladesh, disse à Lusa que não consegue entender a razão porque está há "oito meses e vinte dias à espera do cartão". O imigrante conta que entregou os papéis todos, faz descontos e paga impostos no Porto, e agora quer viajar até ao Bangladesh para visitar a mãe, que está "muito doente", mas não pode ir antes de o processo estar concluído.
O responsável da associação que esteve na origem do protesto não hesita em dizer que “foi a maior manifestação de imigrantes em Portugal”, que umas cinco mil pessoas terão desfilado pela baixa de Lisboa, num protesto que começou numa das praças mais multiculturais da capital, o Martim Moniz.
Foi neste local que o Partido Nacional Renovador (PNR), um movimento de extrema direita, marcou a sua presença. Entre as palavras de ordem dos imigrantes estavam cartazes a dizer "ninguém é ilegal" ou "eu também pago impostos". Do grupo do PNR, com pelo menos 50 pessoas, e sempre rodeados por polícia, o cartaz tinha escrito "invasão não/ façam boa viagem" e "Portugal aos portugueses". "Não se aproximem (dos imigrantes) que ficam com doenças", gritava um deles ao altifalante.
Um elemento do grupo do PNR quis furar o cordão policial e dirigir-se à enorme massa de gente que marchava pacificamente em direcção à Praça da Figueira, foi detido mas saiu após identificação ao final da tarde, refere a Lusa. Ao final da tarde, elementos do PNR concentraram-se junto à sede do Partido Livre, em Lisboa, onde estava agendada uma sessão pública de debate sobre Como combater o trumpismo - notas e lições sobre a campanha nos EUA.
À parte aquele incidente, a manifestação seguiu pacífica. Timóteo Macedo diz que a presença do PNR até acabou “por dar mais força à manifestação. Foi muito combativa”. O responsável diz que há pessoas que esperam “dois, três, quatro anos pela sua legalização. As pessoas muitas vezes enlouquecem."