PSD integrou-se num bloco radical de direita, diz Alberto João Jardim
Ex-líder da Madeira afirma que é "necessário que urgentemente surjam novas coisas ao centro".
O ex-presidente do Governo Regional da Madeira, o social-democrata Alberto João Jardim, afirmou neste sábado que o país “está dividido em dois blocos radicais” e o PSD integrou-se no bloco radical de direita.
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O ex-presidente do Governo Regional da Madeira, o social-democrata Alberto João Jardim, afirmou neste sábado que o país “está dividido em dois blocos radicais” e o PSD integrou-se no bloco radical de direita.
“O PSD nacional integrou-se hoje num bloco radical de direita e não tem nada a ver com a social-democracia que fez estas autonomias e que lançou o país. E, por outro lado, no chamado bloco à esquerda, também vemos o Partido Socialista amarrado com as alianças que fez", afirmou Alberto João Jardim, defendendo ser "necessário que urgentemente surjam novas coisas ao centro e que não seja a repetição daquilo que qualquer dos cinco partidos da situação vai dizer para a Assembleia da República”.
O antigo governante falava aos jornalistas em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, no âmbito das comemorações do 30.º aniversário da Casa da Madeira nos Açores, quando questionado sobre os acordos celebrados há um ano com BE, PCP e PEV, para viabilizar o executivo liderado pelo socialista António Costa.
“Depois de 37 anos de governo, da experiência pessoal, há uma atitude de honestidade intelectual que eu tenho de ter, não é fácil governar seja para quem for”, realçou, referindo conhecer “pessoalmente o dr. António Costa [primeiro-ministro]” e ter a “melhor impressão dele do tempo” em que foram colegas, “juntamente com o dr. Vasco Cordeiro [presidente do Governo dos Açores], no Comité das Regiões em Bruxelas”.
Alberto João Jardim adiantou que não se deslocava aos Açores “desde os tempos das presidências” do social-democrata Mota Amaral, que foi presidente da região entre 1976 e 1995.
Sobre o arquipélago, declarou que “se vê uma evolução muito interessante”.
“Há uma grande diferença, pela positiva. Eu vinha no avião e pude ver como isto cresceu, mas para crescer foi preciso alguém deitar sementes e raízes”, declarou, apontando para Mota Amaral, que não quis fazer comentários sobre os acordos no executivo nacional.
O presidente da Casa da Madeira nos Açores, Gualberto Pina, adiantou que a instituição necessita de mais sócios, para que, com “mais massa crítica, possa aumentar as atividades”.
“Esse é o nosso maior desejo”, referiu, adiantando que o objectivo futuro passa, também, por melhorar as condições do espaço para ter mais capacidade de fazer outro tipo de eventos, para chegar aos interesses dos sócios.