Pedro Dias fica em prisão preventiva
Suspeito dos dois homicídios de Aguiar da Beira não prestou declarações esta quinta-feira no tribunal. Advogados vão recorrer da aplicação da medida de coacção mais pesada.
Pedro João Dias, suspeito de dois homicídios em Aguiar da Beira e de três tentativas de assassinato, vai ficar em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional da Guarda. A medida de coacção máxima foi-lhe aplicada depois de ter sido ouvido nesta quinta-feira no Tribunal da Guarda. O juiz de instrução fundamentou a sua decisão no perigo de fuga e de continuação da actividade criminosa, no alarme social do caso e no risco do suspeito perturbar o desenrolar da investigação.
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Pedro João Dias, suspeito de dois homicídios em Aguiar da Beira e de três tentativas de assassinato, vai ficar em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional da Guarda. A medida de coacção máxima foi-lhe aplicada depois de ter sido ouvido nesta quinta-feira no Tribunal da Guarda. O juiz de instrução fundamentou a sua decisão no perigo de fuga e de continuação da actividade criminosa, no alarme social do caso e no risco do suspeito perturbar o desenrolar da investigação.
À saída do tribunal, a advogada do suspeito, Mónica Quintela, adiantou que vai recorrer da decisão para o Tribunal da Relação de Coimbra. "A medida era a expectável dado o que tem andado a sair na comunicação social", afirmou a advogada, que confirmou que o cliente não prestou declarações.
A defensora criticou o facto de a polícia ter entrado com Pedro João Dias pela porta principal do tribunal, sujeitando-o à reacção dos populares que lhe chamaram "assassino". Mónica Quintela sustentou que o cliente deveria ter entrado pela porta reservada aos arguidos, usada na sua saída. Durante as declarações, Pedro João Dias abandonou o tribunal num carro acompanhado por polícias.
Mónica Quintela afirmou ainda que, "se há tantos indícios fortes", espera que a acusação saia em seis meses, para o arguido ter acesso integral aos autos e se poder defender.
A advogada revelou ainda que, além da prisão preventiva, Pedro Dias ficou ainda proibido de contactos "com determinadas pessoas", que os defensores não quiseram especificar: são "três ou quatro". "Não é aplicada qualquer proibição, nada que concerna aos familiares do senhor Pedro Dias", acrescentou Mónica Quintela, dizendo ainda que o arguido está "tranquilo que se possa fazer justiça".
A Polícia Judiciária imputou ao suspeito dez crimes: cinco de homicídio qualificado (três dos quais na forma tentada), dois crimes de sequestro, dois de roubo e um de furto. Mas o juiz de instrução analisou os indícios de uma forma ligeiramente diferente, imputando ao arguido não dois mas três crimes de sequestro e pelo menos um crime de roubo. O comunicado lido pela escrivã do tribunal às 20h30 não refere qualquer crime de furto. Os advogados de Pedro João Dias ainda estão no interior do tribunal, aguardando-se que prestem declarações à saída do edifício.
O suspeito, que esteve fugido às autoridades durante 28 dias, chegou pouco depois das 11h, mas só foi ouvido depois das 18h. Os advogados tinham chegado uma hora antes, mas estiveram durante o dia "a consultar partes do processo", explicou aos jornalistas Mónica Quintela, minutos antes das 18h. "Mas vai ser rápido", afirmou a defensora.
O arguido entregou-se esta terça-feira à Polícia Judiciária na casa de uma amiga da família em Arouca após estar 28 dias em fuga. A habitação na qual o arguido foi detido pela PJ, um momento filmado pela RTP, estava a ser vigiada havia mais de uma semana pela Polícia Judiciária. Com Mariana Oliveira