Independentes querem PS a apoiá-los numa candidatura à Câmara de Matosinhos
Henrique Calisto não acredita que Guilherme Pinto tenha dado apoio a uma candidatura liderada pelo Partido Socialista.
Os independentes que integram o Movimento Por Matosinhos (MPM), liderado por Guilherme Pinto, decidem na segunda-feira se aceitam integrar uma candidatura à câmara sob a bandeira do PS ou se fecham definitivamente a porta a este cenário, mostrando-se apenas disponíveis para liderar uma lista independente apoiada pelos socialistas de forma a “não defraudarem” o projecto que foi maioritariamente sufragado há três anos.
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Os independentes que integram o Movimento Por Matosinhos (MPM), liderado por Guilherme Pinto, decidem na segunda-feira se aceitam integrar uma candidatura à câmara sob a bandeira do PS ou se fecham definitivamente a porta a este cenário, mostrando-se apenas disponíveis para liderar uma lista independente apoiada pelos socialistas de forma a “não defraudarem” o projecto que foi maioritariamente sufragado há três anos.
“Tenho a certeza absoluta de que Guilherme Pinto não decidiu nada em relação à candidatura à câmara sem falar primeiro com o grupo que o apoiou nas últimas eleições autárquicas. Conheço-o há 30 anos e a perspectiva que tenho dele é a de um líder, e não de um caudilho”, afirmou ao PÚBLICO, Henrique Calisto, um ex-militante que trocou o PS pelo MPM.
Socialistas e independentes reuniram-se segunda-feira à volta da mesa de um restaurante e no encontro abriu-se a porta a uma candidatura conjunta liderada pelo PS, segundo disse o presidente da distrital do PS-Porto, Manuel Pizarro. Luísa Salgueiro é o nome que o presidente da distrital gostaria de ver liderar a candidatura, mas o PS está dividido no apoio à deputada, como evidencia o comunicado emitido ontem pela concelhia de Matosinhos.
No comunicado, Ernesto Páscoa, que lidera a concelhia, precisa que “não ficou estabelecido que Luísa Salgueiro seria a candidata do PS e ‘acolhida de modo muito favorável’. A acontecer será uma decisão contra Matosinhos e uma imposição de e pelo Porto através de opção centralista que vai ferir, em minha opinião, gravemente os sentimentos mais profundos dos matosinhenses. E nada se identifica com a identidade de Matosinhos”.
“O presidente da concelhia do PS, e estou certo, a concelhia, os dirigentes, os autarcas e os militantes de base não deixarão de lutar para se construir uma candidatura forte, credível, aberta a independentes de várias origens, mas que respeite os valores, os princípios e o capital histórico, político, partidário e sociológico que muitos homens e mulheres do PS de forma honrada souberam construir ao longo da nossa história democrática”, acrescenta-se no comunicado.
Independentes querem Pinheiro
Para os independentes, Eduardo Pinheiro, actual vice-presidente da Câmara de Matosinhos, é a “pessoa mais bem posicionada” para liderar uma candidatura, e o autarca já disse estar disponível para esse desafio.
Henrique Calisto, presidente do Conselho Consultivo do Desporto e ex-presidente da Junta de Freguesia de Matosinhos, declara que a reunião de segunda-feira “não será para ratificar nada, mas para os independentes dizerem quem desejam para cabeça de lista. “E porque as lideranças são determinantes, o projecto com que nos apresentámos há três anos aos matosinhenses tem de ser liderado por um dos independentes por direito próprio, porque fomos nós que vencemos maioritariamente as eleições”, afirma em declarações ao PÚBLICO.
Com o argumento de que o projecto do Movimento Por Matosinhos não se esgota em quatro anos, Henrique Calisto faz um apelo aos independentes do MPM para que “não percam de vista o que é importante" que é – acrescenta – “servir Matosinhos”. “Se o PS quer servir os matosinhenses, então tem que arranjar uma solução que não desvirtue o projecto que foi sufragado maioritariamente em 2013”, afirma em tom desafiador, acrescentando outro argumento: “É que nós não queremos perder a face”.