A América de Obama acabou: quem fez história foi Donald Trump
Donald Trump desfez o muro erguido por Barack Obama e no qual a sua adversária democrata Hillary Clinton contava sustentar pelo menos por mais quatro anos as suas políticas que mudaram o país.
Quando Barack Obama foi eleito Presidente dos Estados Unidos, em 2008, disse à multidão que o aplaudia com um sentimento de euforia e esperança raramente vistos no final de uma campanha eleitoral que a dura tarefa que teria pela frente na Casa Branca era a de reconstruir a América “tijolo por tijolo, muro por muro, quarteirão por quarteirão” para ter um país melhor – mais justo, menos desigual, mais diverso. Esta noite, Donald Trump derrubou esse trabalho como um poderoso furacão, um terramoto político de magnitude incalculável e réplicas avassaladoras que arrasaram o edifício político norte-americano nas suas fundações. A base do sistema ruiu, dificilmente sobrará pedra sobre pedra.
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Quando Barack Obama foi eleito Presidente dos Estados Unidos, em 2008, disse à multidão que o aplaudia com um sentimento de euforia e esperança raramente vistos no final de uma campanha eleitoral que a dura tarefa que teria pela frente na Casa Branca era a de reconstruir a América “tijolo por tijolo, muro por muro, quarteirão por quarteirão” para ter um país melhor – mais justo, menos desigual, mais diverso. Esta noite, Donald Trump derrubou esse trabalho como um poderoso furacão, um terramoto político de magnitude incalculável e réplicas avassaladoras que arrasaram o edifício político norte-americano nas suas fundações. A base do sistema ruiu, dificilmente sobrará pedra sobre pedra.
Essa era, de resto, a promessa do candidato do Partido Republicano. Trump garantiu aos americanos que com ele tudo seria diferente do que é e sempre foi. Fez tábua rasa de tudo o que foi sendo escrito nos manuais da ciência política ao longo das últimas décadas. A sua forma de fazer política (se escrever tweets furiosos, descontroladamente, a meio da madrugada é fazer política) quebrou com todas as regras e convenções que apesar das diferenças ideológicas são aceites e cumpridas pelos actores políticos de ambos os partidos durante gerações. Cumpriu: tijolo por tijolo, desfez o muro erguido por Barack Obama e no qual a sua adversária democrata Hillary Clinton contava sustentar pelo menos por mais quatro anos as suas políticas que mudaram o país.
Mas não: assistimos, incrédulos, à América de Obama a desmoronar à nossa frente: Ohio, Florida, Carolina do Norte, Pensilvânia, Wisconsin, Michigan. Era a firewall de Hillary Clinton a pegar fogo. Ainda não sabemos a contagem definitiva dos votos e essa parede anti-fogo já está reduzida a cinzas. A história que aspirava fazer tornou-se uma quimera: é Donald Trump quem acaba de ser declarado Presidente eleito dos Estados Unidos.
O que explica a sua vitória e como pode ter sido possível? Vai ser preciso tempo e cabeça fria para assimilar toda a informação que se foi armazenando durante os últimos meses, semanas e dias e que parecia tão paradoxal e ilógica. Os dados da jornada eleitoral: quem votou, onde e por quê, serão fundamentais para perceber que América é esta – que não é mais a de Barack Obama. Porque uma coisa é certa, neste desfecho só uma razão explica a surpresa e o choque que estamos a sentir: Donald Trump.