Não importa o custo ou a distância: eles não podiam perder a Web Summit

Neste dia em a cidade de Lisboa abriu as portas ao mundo, o PÚBLICO falou com alguns jovens portugueses e estrangeiros para saber o que os levou a apostar na maior feira de tecnologia, empreendedorismo e investimento do mundo.

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Às dez da manhã desta segunda-feira, quando as portas da área de registo e credenciais da FIL, no Parque das Nações, se abriram pela primeira vez, já estavam milhares de portugueses e estrangeiros na fila de espera. Todos com o mesmo objectivo: conseguir um lugar na primeira edição portuguesa da feira de tecnologia, investimento e empreendedorismo que move meio mundo. O PÚBLICO conversou com alguns jovens, todos com menos de 30 anos, provenientes de vários países, que não olharam aos custos, nem aos quilómetros, porque não podiam perder a Web Summit.

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Às dez da manhã desta segunda-feira, quando as portas da área de registo e credenciais da FIL, no Parque das Nações, se abriram pela primeira vez, já estavam milhares de portugueses e estrangeiros na fila de espera. Todos com o mesmo objectivo: conseguir um lugar na primeira edição portuguesa da feira de tecnologia, investimento e empreendedorismo que move meio mundo. O PÚBLICO conversou com alguns jovens, todos com menos de 30 anos, provenientes de vários países, que não olharam aos custos, nem aos quilómetros, porque não podiam perder a Web Summit.

Foi o caso de Mark Davis e Leah MacIsaac. Depois dos registos tratados, e com a hora de almoço pela frente, os dois aproveitaram para darem um salto ao centro comercial Vasco da Gama. São namorados, ambos designers de produtos para conteúdos da Internet e de telemóveis, e vieram do outro lado do Atlântico, mais precisamente da Nova Escócia, no Canadá. Cada um pagou mil euros pelo seu bilhete, mas admitem que o fizeram com gosto. “É um bocadinho caro, sim, mas acho que vale a pena vir cá conhecer pessoas que trabalham no nosso meio e viver esta experiência”, admitiu Mark. “Também vim porque adoro Lisboa, por isso foi uma boa desculpa para dar cá um salto. Na verdade, eu e a Leah temos estado a viajar pela Europa durante Outubro inteiro, por isso acho que, depois da Web Summit, vamos continuar a nossa viagem”. Até lá, restam-lhes mais três dias de actividades na sua área.

De Munique, na Alemanha, chegaram Anis Bem Brahim e Grant Bartel, dois estudantes do mundo das apps e novas tecnologias, também eles fundadores de uma aplicação revolucionária. Já tinham os bilhetes, cada um de 750 euros, comprados há perto de um mês, e mal podiam esperar pelo momento de partilharem a sua invenção com outros empreendedores da área. “Estamos a desenvolver uma plataforma que permite aos utilizadores criarem e analisarem estratégias de trocas e cálculos quantitativos, sem precisarem de ter um programa prévio para isso. Ou seja, é um site, mais do que uma app exclusiva para telemóveis”, explicou Grant. E vieram a Lisboa, porque a capital portuguesa é o palco das tecnologias e das novas plataformas de comunicação durante estes dias: “Fez sentido virmos conhecer o mercado, ver o que as outras pessoas estão a fazer e como as empresas estão a promover os seus produtos, para aprendermos como o fazer no futuro”, acrescentou Anis. Às quatro da tarde já tinham o registo oficializado, mas confessam que só vão assistir às palestras e outras actividades de terça-feira.

Indo um pouco mais para leste, para a Polónia, encontramos Natalia Repta, que veio acompanhada do marido. Ele pagou 700 euros pelo bilhete, para a poder acompanhar, e ela veio através da empresa de que faz parte, a Perfect Gym Solutions, mas partilham o entusiasmo pelo que virão a descobrir nos quatro dias da convenção. “Quis vir porque estou no início de uma nova profissão, ligada ao marketing digital, e vim tentar ganhar algum conhecimento aqui. Espero receber uma grande variedade de informações, de muitos oradores interessantes que vão passar por cá, e também gostava de poder participar nalguns workshops”. Ao contrário de muitos participantes, que quiseram absorver o máximo possível da experiência, Natalia inscreveu-se em workshops e palestras específicas de marketing, “para conseguir o máximo de ensinamentos possíveis”. Esta é a sua primeira experiência Web Summit, mas já conhecia o conceito através de amigos e conhecidos que foram às edições de Dublin e trouxeram “óptimas impressões”.

E como fazem os portugueses?

Apesar de a maioria dos jovens na casa dos 20 anos ou abaixo não terem comprado os bilhetes com que vieram à Web Summit, conseguindo-os através de promoções ou atribuições das empresas de que fazem parte, e que apostaram em enviá-los à convenção, ainda foi possível encontrar os que tinham pago valores bastante elevados para poderem estar presentes.

Foi o caso de Mariana Monteiro e Benedita Bettencourt a história. São advogadas, fundaram há pouco tempo a sua própria firma e vieram à Web Summit na esperança de conhecerem melhor o público-alvo a que se dedicam na sua profissão: jovens empresas e negócios que estejam a começar e precisem de apoio e aconselhamento jurídico. “Achamos que o futuro está aqui e queremos saber quais as preocupações das empresas que estão a nascer neste sector, das novas tecnologias, para conseguirmos compreendê-las melhor e às pessoas da nossa idade, empreendedoras, que também pagaram para vir aqui porque alguma coisa boa há-de sair daqui”, explicou Mariana. Vieram durante os quatro dias, com bilhetes que custaram mais de 600 euros a cada uma, mas estão entusiasmadas pelas várias actividades em que poderão participar “e a rede de clientes” que podem vir a conhecer, completou Benedita.

Já Daniel Vieira e Miguel Machado têm ambos 20 anos e conseguiram os bilhetes apenas para a noite de segunda-feira, através de códigos de desconto online, destinados a jovens entre os 16 e os 23 anos, que lhes permitiram pagar 11 euros por cada bilhete. “É um dos maiores eventos de tecnologia do mundo e como nunca tinha participado em nada assim, quis vir conhecer”, afirmou Daniel. Miguel concorda: “Esta feira é conhecida mundialmente e estou com interesse em aprender tudo o que possa hoje”.

Texto editado por Hugo Daniel Sousa