Um preço para o carbono: seguir ou evitar
Tiago Domingues, do Centro de Estudos em Tecnologia, Inovação e Políticas de Desenvolvimento do Instituto Superior Técnico, diz que “o caminho a seguir” tem sido evitado pelos países e tem sido um ponto difícil: a criação de “uma taxa de carbono a nível global”. Considerando “falsa” a ideia de que taxar as emissões de carbono é prejudicial para o crescimento económico, acrescenta que essa eventual taxa de carbono, com neutralidade fiscal e sendo devolvida aos agentes económicos e às famílias com uma receita certa, podia mesmo significar “um estímulo ao crescimento económico”.
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Tiago Domingues, do Centro de Estudos em Tecnologia, Inovação e Políticas de Desenvolvimento do Instituto Superior Técnico, diz que “o caminho a seguir” tem sido evitado pelos países e tem sido um ponto difícil: a criação de “uma taxa de carbono a nível global”. Considerando “falsa” a ideia de que taxar as emissões de carbono é prejudicial para o crescimento económico, acrescenta que essa eventual taxa de carbono, com neutralidade fiscal e sendo devolvida aos agentes económicos e às famílias com uma receita certa, podia mesmo significar “um estímulo ao crescimento económico”.
Ainda que admita que é difícil criar esta taxa a nível global, defende que ela deveria avançar “país a país ou em blocos regionais”. Gostaria também que fosse alargado o âmbito da discussão aos efeitos do uso do solo no clima, considerando que esta é uma matéria que “merecia mais investigação”, já que o uso do solo “tem efeitos muito grandes” no ambiente.
Humberto Rosa partilha a mesma ideia. “Há muitas adaptações a fazer em relação ao que está acordado e penso que nesta cimeira as questões relacionadas com o uso do solo vai ganhar importância”, salientou.
Portugal organizará no dia 17 uma conferência paralela à COP22, intitulada Plataforma para a Ética e Justiça no Uso do Sistema Terrestre com a apresentação do projecto “Casa Comum da Humanidade” da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, a presidir pelo ministro do Ambiente João Matos Fernandes.
O secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, participará em outras duas conferências igualmente paralelas à cimeira. Uma irá debater a integração de redes e mercados de energia, e nela estará presente, entre outros, o secretário da energia norte-americano Ernest Moniz. A outra será dedicada aos modelos de transição energética. Uma oportunidade para o governante português dar conta “do bom exemplo que Portugal tem para mostrar ao mundo” em matéria do “aproveitamento e utilização de energias renováveis” em “defesa do clima”, como afirmou Seguro Sanches ao PÚBLICO.