Dijsselbloem diz que redução dos juros para Portugal “não irá ser discutida”
Presidente do Eurogrupo acredita que Portugal “é capaz de pagar a sua dívida” e pede para não haver confusões com a Grécia.
A intenção de Mário Centeno de obter na Europa uma redução da taxa de juro que Portugal paga pela sua dívida recebeu, para já, uma recepção muito fria em Bruxelas, com o presidente do Eurogrupo a colocar de lado a hipótese de se vir a realizar uma discussão sobre este tema.
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A intenção de Mário Centeno de obter na Europa uma redução da taxa de juro que Portugal paga pela sua dívida recebeu, para já, uma recepção muito fria em Bruxelas, com o presidente do Eurogrupo a colocar de lado a hipótese de se vir a realizar uma discussão sobre este tema.
“Não discutimos e não vamos discutir, porque Portugal é capaz de pagar a sua dívida”, afirmou Jeroem Dijsselbloem, na conferência de imprensa que se seguiu à reunião do Eurogrupo desta segunda-feira, quando questionado sobre a possibilidade de o país poder vir a beneficiar de uma redução dos seus juros.
Na semana passada, no debate parlamentar sobre a proposta de Orçamento do Estado, o ministro das Finanças português tinha afirmado, em resposta à líder do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, que “é necessário que Portugal tenha uma redução na taxa de juro que paga pelo seu endividamento", assinalando que qualquer avanço nesse capítulo tinha de ser feito a nível europeu.
Agora, Dijsselbloem, que lidera o grupo onde estão reunidos os ministros das finanças da zona euro, mostrou uma vontade nula de avançar com qualquer alteração das condições da dívida portuguesa, até porque considera que tal poderia ser prejudicial para a discussão de alívio da dívida que se deverá iniciar em Dezembro na Grécia. “Tal não seria muito útil para o processo na Grécia”, disse o presidente do Eurogrupo.
Para reforçar esta ideia, o presidente do Mecanismo de Estabilidade Europeu, Klaus Regling fez questão de assinalar que a taxa de juro a que Portugal está a conseguir obter financiamento nos mercados “está em tornos dos 3,5%, enquanto na Grécia é de 8%.