Visitante derruba escultura do século XVIII no Museu de Arte Antiga
Director-adjunto diz que foi "um acidente muito infeliz". Situação está a ser avaliada pelas técnicas de restauro.
Uma escultura portuguesa do século XVIII foi derrubada acidentalmente por um visitante este domingo no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa. A notícia, avançada pelo Expresso a partir de uma fotografia publicada no Facebook por outro visitante, foi confirmada ao PÚBLICO pela assessora de imprensa do museu, Paula Medori, que diz que "a situação está a ser avaliada pelas técnicas de restauro do museu".
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Uma escultura portuguesa do século XVIII foi derrubada acidentalmente por um visitante este domingo no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa. A notícia, avançada pelo Expresso a partir de uma fotografia publicada no Facebook por outro visitante, foi confirmada ao PÚBLICO pela assessora de imprensa do museu, Paula Medori, que diz que "a situação está a ser avaliada pelas técnicas de restauro do museu".
Trata-se de uma imagem em madeira do período barroco, representando o Arcanjo São Miguel, e segundo a imagem publicada no Facebook a peça caiu do plinto onde estava exposta numa sala do museu e partiu-se em alguns bocados. A sala situada no terceiro piso do museu foi encerrada.
"Foi um acidente muito infeliz", explica o director-adjunto do museu, José Alberto Seabra Carvalho, que ainda não viu a escultura danificada. O director-adjunto, que se encontrava no Museu Grão Vasco, em Viseu, para a montagem de uma exposição de pintura, estava a caminho de Lisboa para avaliar a situação. "A escultura não ficou em boas condições. Precisa de um certo restauro, mas como é em madeira e não em loiça, como um Della Robbia, não é irrecuperável." A peça, aliás, foi recentemente restaurada para a reabertura do terceiro piso em Julho.
A obra, com quase dois metros de altura, é de autor desconhecido, mas foi realizada numa oficina lisboeta. Feita na segunda metade do século XVIII, dourada e policromada, é da mesma época que as esculturas de Machado de Castro, o mais famoso escultor da época. Não é um tesouro nacional, como estão classificadas as peças mais importantes dos museus portugueses, explica o director-adjunto quando interrogado sobre o valor da escultura, "mas é uma peça muito representativa da escultura tardo-barroca e muito bem executada".
Segundo o PÚBLICO apurou, o visitante, um turista brasileiro, estaria a fotografar uma peça na mesma sala, quando recuou e derrubou a escultura religiosa.
"Os primeiros relatos indicam que se trata de um acidente e todos sabemos que os acidentes acontecem", disse ao PÚBLICO Teresa Bizarro, assessora do ministro da Cultura. Sobre se a peça estaria exposta de uma maneira adequada e se o número de funcionários era o necessário à vigilância da sala, a assessora acrescentou apenas que nos próximos dias será produzido um relatório.
Em Setembro, o director do museu, António Filipe Pimentel, queixou-se do número reduzido de 64 funcionários para todo o museu, num encontro organizado pelo CDS-PP sobre cultura. Alertou para a possibilidade de “uma calamidade no museu”, porque se anda a “brincar ao património”. Na sequência dessa polémica, em que o director acabou por pedir desculpa ao ministro da Cultura, que exigira explicações sobre as afirmações, o director explicou ao PÚBLICO que tinha apenas 20 vigilantes para 82 salas e que precisava de pelo menos 50.