Dino D’Santiago dá um toque clássico ao batuco e ao funaná
Cantor e compositor cabo-verdiano lança EP Unplugged no Misty Fest. Esta quinta-feira no CCB e domingo na Casa da Música.
Dino D’Santiago está a mudar a sua sonoridade e vai mostrá-lo hoje ao vivo no CCB, em Lisboa (às 21h) e no próximo domingo no Porto, na Casa da Música (às 21h30). Depois de Eva, editado pela Lusáfrica em 2013, lança agora um EP, Unplugged, que é um passo para gravar com um quarteto de cordas em 2017. “Isso surgiu por necessidade, depois de concertos em Nova Iorque, Coreia do Sul, Brasil. As pessoas compravam o disco e depois mandavam-me mensagens a dizer que era diferente do som ao vivo, mais acústico. Devido a esse apelo, tive necessidade de gravar este EP.”
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Dino D’Santiago está a mudar a sua sonoridade e vai mostrá-lo hoje ao vivo no CCB, em Lisboa (às 21h) e no próximo domingo no Porto, na Casa da Música (às 21h30). Depois de Eva, editado pela Lusáfrica em 2013, lança agora um EP, Unplugged, que é um passo para gravar com um quarteto de cordas em 2017. “Isso surgiu por necessidade, depois de concertos em Nova Iorque, Coreia do Sul, Brasil. As pessoas compravam o disco e depois mandavam-me mensagens a dizer que era diferente do som ao vivo, mais acústico. Devido a esse apelo, tive necessidade de gravar este EP.”
De seu nome Claudino de Jesus Borges Pereira, Dino D’Santiago (este nome vem da ilha de onde são originários os seus pais) nasceu na Quarteira, no Algarve, em 13 de Dezembro de 1982. O seu percurso musical começou no hip hop, passando por grupos como Expensive Soul e Nu Soul Family. Eva, o seu álbum mais recente, incluía uma (elogiada) versão de Djonsinho Cabral, dos Tubarões, a par de temas como Nos Tradison ou Ka bu txora, que foram regravados para o EP agora lançado, a par de um tema inédito, Dentu Bó e de uma versão de What a wonderful world, de Louis Armstrong. “Reuni-me com a minha família num estúdio, no Algarve, mais o Tuniko Goulart, e lá criámos um ambiente ao vivo. Daí surgiu esse Unplugged que já traz a cor sonora do meu novo álbum, a lançar em 2017. Mas esse álbum vai ter também um quarteto de cordas, porque a minha intenção é trazer o ambiente clássico e do mundo do jazz para ritmos como o funaná e o batuco, que foram muito censurados na altura da colonização.” O disco a editar em 2017 seguirá este mesmo processo. “A banda tocará em simultâneo, em vez de ser um em cada sítio, para ser o mais orgânico possível, e de preferência queria ter também pessoas a assistir.”
Kalaf na produção
A produção executiva do disco será de Kalaf Epalanga. “Ele tem sido incansável, juntou à equipa um produtor de Los Angeles que costuma trabalhar com o Rodrigo Amarante e que traz uma visão muito mais electrónica mas com aquele toque orgânico que nos EUA estamos habituados a sentir. Juntar essa realidade com o batuco e o funaná é uma experiência muito agradável.” O disco, que será gravado parte em Cabo Verde e parte em Portugal, consolida a aproximação de Dino D’Santiago aos sons tradicionais cabo-verdianos. “É também fruto destas viagens e do abraço que tenho tido em Cabo Verde, quer dos grandes compositores da velha guarda, quer dos novos que vão à procura de outros sons e viram em mim uma possibilidade de isso resultar.”
Em palco, Dino D’Santiago vai agora, pela primeira vez, "produzir a nova sonoridade, já com as cordas." E a maior parte de repertório será já com os temas novos, aos quais acrescentará quatro temas do disco Eva. Com ele (voz) estarão em palco os seus irmãos Elísio e Lígia Pereira (coros), Tuniko Goulart (guitarra), Miroca Paris (percussões), um quarteto de cordas e vários convidados: Carlão, Virgul, Sam the Kid e NBC, em Lisboa; e, no Porto, os Expensive Soul, Jimmy P e Mundo Segundo.