Hotel de Faro encerrado por suspeita de legionella
Detectados quatro casos de doença dos legionários. Os doentes são todos estrangeiros.
Um pequeno hotel de Faro foi encerrado pelas autoridades de saúde depois de se ter concluído que está “epidemiologicamente associado” a quatro casos de doença dos legionários, adiantou esta quarta-feira a Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve. Com cerca de duas dezenas de camas, a unidade não foi identificada pelas autoridades de saúde mas as estações de televisão especificaram que se trata do Hotel Adelaide, na baixa da cidade.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Um pequeno hotel de Faro foi encerrado pelas autoridades de saúde depois de se ter concluído que está “epidemiologicamente associado” a quatro casos de doença dos legionários, adiantou esta quarta-feira a Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve. Com cerca de duas dezenas de camas, a unidade não foi identificada pelas autoridades de saúde mas as estações de televisão especificaram que se trata do Hotel Adelaide, na baixa da cidade.
Os doentes são estrangeiros e estiveram todos hospedados na unidade hoteleira, tendo o alerta sido dado após o regresso de três deles aos países de origem. Apenas uma paciente, de nacionalidade inglesa, continua em Portugal e está internada no Hospital de Faro, mas o seu estado “não suscita preocupações”, garantiu ao PÚBLICO a delegada de saúde regional do Algarve, Ana Cristina Guerreiro. Dois dos outros pacientes são ingleses e um é espanhol, disse. O primeiro caso foi detectado em Julho e os outros, no final de Outubro.
A Legionella pneumophila é uma bactéria que, quando inalada, pode provocar infecções respiratórias graves, e até mesmo a morte, como aconteceu em Novembro de 2014, em Vila Franca de Xira, onde foram infectadas 400 pessoas, 12 das quais acabaram por morrer.
“Na sequência da notificação de quatro casos de Doença dos Legionários epidemiologicamente associados à permanência em estabelecimento hoteleiro de Faro, comunica-se que foram já adoptadas medidas de prevenção e controlo para este tipo de situações”, explicou a ARS do Algarve, ao fim da tarde, em comunicado.
As análises efectuadas por uma equipa da Unidade de Saúde Pública “revelaram forte positividade para a espécie Legionella pneumophila, em diversos pontos da rede predial de abastecimento”, acrescentou a ARS. Foi o delegado de saúde do Agrupamento de Centros de Saúde Central, em conjunto com a ASAE (Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica), que decidiu suspender a actividade do hotel.
Ana Cristina Guerreiro sublinhou que a actividade da unidade fica suspensa até que os seus responsáveis concretizem as recomendações das autoridades de saúde. Vai ser necessário fazer análises à rede de abastecimento de águas e, se esta for antiga, terá eventualmente que ser substituída, precisou.
A médica frisou que não há indicações de que a doença dos legionários (ou legionelose) esteja a aumentar em Portugal. O que tem acontecido é que, após o surto de Vila Franca de Xira, as pessoas ficaram mais atentas e os alertas têm-se sucedido com maior frequência. Também tem melhorado “o diagnóstico, quer clínico, quer ambiental”, notou.
A doença do legionário contrai-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada (aerossóis) de dimensões tão pequenas que transportam a bactéria para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares. Apresenta-se habitualmente sob a forma de pneumonia, provocando cansaço, febre, dores de cabeça e musculares. A bactéria vive em ambientes aquáticos naturais, podendo contaminar sistemas de água, como redes prediais, torres de refrigeração e fontes ornamentais.