Os outros “predadores” da liberdade de imprensa

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A organização Repórteres sem Fronteiras identificou as 35 figuras mais nefastas para a liberdade de imprensa e de expressão nos seus países, e que além de líderes políticos e religiosos inclui movimentos, milícias e até organizações criminosas – do Estado Islâmico aos taliban ao cartel Los Zetas – que “censuram, detêm, torturam e assassinam jornalistas”.

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A organização Repórteres sem Fronteiras identificou as 35 figuras mais nefastas para a liberdade de imprensa e de expressão nos seus países, e que além de líderes políticos e religiosos inclui movimentos, milícias e até organizações criminosas – do Estado Islâmico aos taliban ao cartel Los Zetas – que “censuram, detêm, torturam e assassinam jornalistas”.

Abdel Fattah Al-Sissi

Depois do golpe de Estado militar que levou Abdel Fattah al-Sissi à presidência do Egipto, em Julho de 2013, foram mortos seis jornalistas e detidos pelo menos 27. Os profissionais da informação passaram a ser objecto de longas detenções arbitrárias, sobretudo aqueles que faziam a cobertura de protestos contra o regime, que eram presos juntamente com os manifestantes. Em 2015, o Governo aprovou uma lei anti-terrorismo que obriga os jornalistas a respeitar a versão oficial dos acontecimentos em nome da segurança nacional.

Xi Jinping

A China é o campeão mundial em matéria de censura e auto-censura, e repressão da informação livre. O Presidente Xi Jinping não tolera oposição ou dissidência. Toda a informação que circula no país, em qualquer meio, é rigorosamente controlada pelo regime, e toda a crítica é suprimida. Jornalistas independentes ou opositores são frequentemente detidos e condenados a passar temporadas em campos de trabalho – actualmente, há mais de uma centena nesses campos.

Ali Khamenei

O jornalismo independente está na mira do Ayatollah Ali Khamenei, Guia Supremo da República Islâmica, desde 1989: mais de 400 jornalistas foram detidos e 500 foram forçados ao exílio nestas três décadas. A vigilância e assédio das autoridades aos jornalistas independentes é constante, muitos são detidos para interrogatórios e vários são condenados e detidos em prisões sem condições (hoje em dia, há pelo menos 24 jornalistas na cadeia).

Kim Jong-un

Segundo os RSF, “só existe um género de jornalismo na Coreia do Norte: a propaganda dos méritos do partido, do Exército e sobretudo do Líder Supremo”. Além da ausência absoluta de meios de comunicação independente, a Coreia do Norte está totalmente fechada à informação vinda do exterior: o acesso á Internet está vedado à população e os meios estrangeiros são interditos (excepto a AFP e a Associated Press). Os jornalistas internacionais estão proibidos de entrar no país, a não ser em viagens organizadas e controladas pelo regime.

Nicolás Maduro

Além dos efeitos asfixiantes que a crise económica tem sobre a actividade dos media, o Presidente da Venezuela recorre a outros métodos legais para “importunar” ou censurar o trabalho dos meios independentes – e que vão desde o desvio da publicidade até à perda de licenças. Correspondentes internacionais muitas vezes não obtêm licença para trabalhar na Venezuela, ou depois são expulsos. Nos canais públicos, o Presidente e outras figuras do regime gozam de antena aberta para os seus programas.

Raúl Castro

Não existe imprensa livre em Cuba: todos os meios de comunicação social são inteiramente controlados e dependentes do Estado. Bloggers ou os chamados jornalistas-cidadãos são tolerados na Internet mas vigiados de perto pelo regime. Entre Junho de 2015 e Agosto de 2016 foram registados 428 ataques contra meios de informação: detenções arbitrárias, ameaças e agressões e confiscação de material.

Vladimir Putin

Desde que chegou ao poder, em 2000, o Presidente da Rússia assumiu um controlo apertado da comunicação social pública, onde a informação se converteu em propaganda, e limitou a esfera do debate público, ao bloquear o acesso a vários sites da Internet e a aprovar leis para restringir a liberdade de expressão e criminalizar os protestos. Meios de comunicação privados, jornalistas e bloggers são perseguidos pelo regime.