População “encolheu” em 33.492 indivíduos
Com o desagravar da crise, os casamentos aumentaram pela primeira vez desde o ano 2000.
A emigração diminuiu e as entradas de pessoas no país aumentaram, mas nem isto nem o aumento do número de bebés (85.500) foram suficientes para travar o declínio da população portuguesa. No final de 2015, a população residente em Portugal foi estimada em 10.341.330 pessoas, menos 33.492 que em 2014, o que representa uma taxa de crescimento efectivo de -0,32%.
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A emigração diminuiu e as entradas de pessoas no país aumentaram, mas nem isto nem o aumento do número de bebés (85.500) foram suficientes para travar o declínio da população portuguesa. No final de 2015, a população residente em Portugal foi estimada em 10.341.330 pessoas, menos 33.492 que em 2014, o que representa uma taxa de crescimento efectivo de -0,32%.
Apesar de o cenário de fundo se manter inalterado, as estatísticas demográficas do INE assinalam várias inversões de tendências. Desde logo, e apesar de os 108.511 óbitos do ano passado terem feito com que o saldo natural permanecesse negativo (menos 23.011 pessoas), desde 2010 que o país não observava nenhum aumento de natalidade, do mesmo modo que não via aumentar o número médio de filhos por mulher (passou de 1,23 em 2014 para 1,30 em 2015).
Outro aspecto curioso é que os casamentos também aumentaram. Os 32.393 casamentos realizados em 2015 traduziram um aumento de 915 (2,9%) face ao ano anterior, o que não se verificava desde o ano 2000. “Os casamentos desceram nos piores anos de crise e o facto de terem voltado a aumentar poderá querer dizer que as expectativas das pessoas em relação ao futuro melhoraram. Por um lado, o desemprego baixou e, por outro, muitas pessoas casam quando têm filhos. E se pensarmos que a natalidade também aumentou um bocadinho, percebemos que há uma visão mais positiva relativamente à constituição de uma vida em casal”, admite a socióloga Karin Wall. Efectivamente, em mais de metade dos casamentos (54,5%) os nubentes já viviam juntos. E, dos casamentos realizados no ano passado, 71,2% corresponderam a primeiros casamentos, numa proporção idêntica à verificada em 2014. O que se mantém também inalterada é a tendência para adiar a idade média ao primeiro casamento: 32,5 anos para os homens e 31 anos para as mulheres.