Ministro da Educação vai ouvir o que os alunos têm a dizer sobre currículos

Conferência em Leiria, na sexta-feira, junta estudantes do ensino básico e secundário. Tradicionalmente, os alunos não são ouvidos em contexto de gestão curricular. Esta conferência visa corrigir essa prática", diz ministério de Tiago Brandão Rodrigues.

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Conferência acontece em Leiria enric vives-rubio

O Ministério da Educação vai ouvir alunos do ensino básico e secundário. Quer que eles respondam a perguntas como: “O que aprendemos? Como aprendemos melhor? O que distingue os professores que constituem referências para nós? O que retemos do que aprendemos? Como utilizamos o que aprendemos? O que (não) mudaríamos na escola?”

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O Ministério da Educação vai ouvir alunos do ensino básico e secundário. Quer que eles respondam a perguntas como: “O que aprendemos? Como aprendemos melhor? O que distingue os professores que constituem referências para nós? O que retemos do que aprendemos? Como utilizamos o que aprendemos? O que (não) mudaríamos na escola?”

A conferência com estudantes sobre o currículo e as aprendizagens acontece em Leiria na sexta-feira. “O trabalho de preparação da flexibilização da gestão curricular tem vindo a ser preparado e construído ao longo dos últimos meses, através de um debate e auscultação de diferentes actores”, diz o ministério de Tiago Brandão Rodrigues em comunicado. Já foram ouvidos professores, num inquérito nacional, especialistas vários e diferentes entidades e organismos, nota. Está ainda a ser feita uma “análise do estado de desenvolvimento das orientações curriculares nas diferentes disciplinas” e uma “análise de comparabilidade internacional, no âmbito da participação em projectos promovidos pela OCDE para o desenvolvimento de um quadro internacional de competências para 2030”, acrescenta.

O ministério identificou que há uma “excessiva centralização” dos currículos e uma “sobrecarga de conteúdos nos programas”. E quer flexibilizar — no Verão, o secretário de Estado da Educação João Costa anunciou que as escolas terão mesmo autonomia para definir 25% do currículo.

No âmbito deste processo, está em curso, por exemplo, a definição do perfil de competências a desenvolver no final dos 12 anos de escolaridade, por um grupo de trabalho coordenado por Guilherme d’Oliveira Martins, e a definição das aprendizagens essenciais por ano e por disciplina, com as associações de professores. Mas, agora, são os alunos a falar.

Diz o ministério no comunicado que para o dia 4 de Novembro, “foram convidados alunos de várias escolas portuguesas, divididos em cinco grupos: 1.º ciclo, 2.º ciclo, 3.º ciclo, secundário (Científico-Humanístico e Profissional) e pós-secundário (alunos que estão a frequentar o Ensino Superior). Estes alunos participarão, durante a manhã, em workshops de discussão.” À tarde, acrescenta-se, serão apresentadas conclusões e, no fim da conferência, o ministro será “moderador” de um painel de alunos.

“Tradicionalmente, os alunos não são ouvidos em contexto de gestão curricular. Esta conferência visa corrigir essa prática, chamando à discussão os principais beneficiários do trabalho em curso, mas sobretudo coligindo os dados que esta auscultação gerará”, acrescenta o ministério.