Em Juárez, “o ano passado foi mais tranquilo do que este”
Entrevista a Martín Ortiz, jornalista de El Diário de Juárez
Fala-se de um possível regresso da violência a Ciudad Juárez. Que indicações há sobre isso?
É uma questão de percepção, primeiro temos de definir o que queremos dizer quando falamos de violência. Houve, de facto, um aumento no número de homicídios, que é o indicador mais palpável da violência. Nesse aspecto houve um aumento. E este mês o número de carjackings quase duplicou em relação ao mês passado.
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Fala-se de um possível regresso da violência a Ciudad Juárez. Que indicações há sobre isso?
É uma questão de percepção, primeiro temos de definir o que queremos dizer quando falamos de violência. Houve, de facto, um aumento no número de homicídios, que é o indicador mais palpável da violência. Nesse aspecto houve um aumento. E este mês o número de carjackings quase duplicou em relação ao mês passado.
O que está na base desse relativo aumento da violência?
As autoridades disseram que notam mais actos violentos relacionados com o mercado das metanfetaminas. Muitas das pessoas que foram mortas recentemente foram sinalizadas como traficantes de metanfetaminas. Parece que a luta é para entrar nesse mercado.
Os cartéis de Juárez e Sinaloa continuam a ser os protagonistas?
Nos últimos três meses houve um aumento de crimes em que se presume que estão envolvidos esses grupos, inclusivamente entre eles. Fazem purgas entre eles. Há seis semanas as autoridades disseram que detectaram aqui grupos de Michoacán e de Guadalajara, mas a maior parte continua a ser entre os cartéis de Juárez e de Sinaloa.
A população sente essa diferença?
O que acontece é que em anos passados toda a cidade estava submetida à violência, as pessoas não saíam à rua, era muito diferente do que acontece agora. Havia tiroteios e execuções públicas a toda a hora, todos os dias. Agora é um pouco diferente, estes homicídios mais recentes foram em zonas mais distantes do centro. Também houve em locais públicos, mas nada que se compare com o que acontecia antes. Continua uma calma relativa, mas é verdade que o risco aumentou, pelo menos em relação ao ano passado. O ano passado foi mais tranquilo para nós.