Merkel não vai participar no congresso da CSU

Quebra na tradição política da Alemanha motivada por desentendimentos por causa dos refugiados.

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Seehofer e Merkel no congresso da CSU em 2015 CHRISTOF STACHE/AFP

É uma quebra na tradição dos dois partidos-gémeos da Alemanha: a líder da União Democrata Cristã (CDU), a chanceler Angela Merkel, não foi convidada para participar no congresso da União Social Cristã (CSU), da Baviera. Tudo por causa da política de refugiados.

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É uma quebra na tradição dos dois partidos-gémeos da Alemanha: a líder da União Democrata Cristã (CDU), a chanceler Angela Merkel, não foi convidada para participar no congresso da União Social Cristã (CSU), da Baviera. Tudo por causa da política de refugiados.

O líder da CSU, Horst Seehofer, tem insistido para que seja estabelecido um número de limite máximo de refugiados na Alemanha, que Merkel nega. Os dois têm-se afastado cada vez mais, mas é inédito que o líder de um dos partidos não esteja no congresso do outro. Segundo o diário Handelsblatt, se já está confirmado que Merkel não estará em Munique na reunião da próxima sexta-feira, ainda não é certo se Seehofer participa na reunião da CDU, no início de Dezembro.

A CSU e a CDU vão enfrentar juntas, como sempre, eleições legislativas em 2017, por isso a notícia da ausência de Merkel  é significativa: os dois partidos deveriam já estar a preparar-se para enterrar os desentendimentos. Ainda assim, a revista Der Spiegel comenta que esta é a solução mais elegante: o modo de evitar que os desentendimentos surjam em directo, no palco.

Os democratas-cristãos estão em trajectória descendente, com vários maus resultados da CDU numa série de eleições em estados-federados. A própria chanceler admitiu que estes se devem em parte à política de refugiados. Não que a política da Alemanha abrir portas tenha sido errada, defende Merkel, mas foi mal comunicada. E afinal até vieram menos pessoas do que esperado, falando-se em mais de 1 milhão de chegadas no ano passado quando afinal em 2015 entraram na Alemanha 890 mil pessoas pedindo asilo.