Falta de interesse pela política matou o Partido Pirata alemão
A Alemanha é um caso de estudo de ascensão e queda do Partido Pirata, que teve grande sucesso eleitoral em estados-federados como Berlim. Mas as questões do dia a dia da política não despertaram discussões nas bases.
A Alemanha foi um dos casos de sucesso de um Partido Pirata. Mas foi justamente o que definia o partido – liderança pouco hierarquizada e grande participação dos seus membros de base – que ditou o seu declínio, diz o professor de ciência política da Universidade Livre de Berlim, Carsten Koshmieder, que fez uma tese sobre os Piratas.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A Alemanha foi um dos casos de sucesso de um Partido Pirata. Mas foi justamente o que definia o partido – liderança pouco hierarquizada e grande participação dos seus membros de base – que ditou o seu declínio, diz o professor de ciência política da Universidade Livre de Berlim, Carsten Koshmieder, que fez uma tese sobre os Piratas.
Depois de grandes sucessos em alguns estados-federados, incluindo na cidade-estado de Berlim, em que o Partido Pirata elegeu toda a lista que levou a votos em 2011, os Piratas foram declinando e cerca de três anos depois estavam desacreditados. Uma série de lutas internas levou os eleitores a considerarem que, afinal, os Piratas eram “iguais aos outros” partidos, diz o professor de ciência política.
Outra questão foi ainda a participação das bases na definição de políticas, que acabou por não ser tão intensa quanto esperado: “Os membros do partido perceberam que falar sobre as escolas de Berlim, por exemplo, não era assim tão interessante. Um ano depois de terem vencido as eleições, já não havia muita gente a contribuir”, explica Koshmieder.