Diferença entre mulheres e homens com sintomas de depressão é maior em Portugal

Segundo um estudo que avaliou 21 países, Portugal é aquele que apresenta maiores discrepâncias entre mulheres e homens com sintomas de depressão.

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MIGUEL MADEIRA

Portugal apresenta as maiores discrepâncias entre as mulheres e os homens que reportam sintomas de depressão num estudo europeu que avaliou 21 países.

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Portugal apresenta as maiores discrepâncias entre as mulheres e os homens que reportam sintomas de depressão num estudo europeu que avaliou 21 países.

São mais de 30% as mulheres portuguesas que reportam sintomas depressivos, a maior percentagem registada nos países avaliados, enquanto nos homens a percentagem é menor do que 16%.

"Em todos os países estudados, as mulheres reportaram mais sintomas de depressão do que os homens", refere o estudo European Social Survey, mas as maiores diferenças foram registadas em Portugal, na Polónia, Espanha e Alemanha.

Este inquérito europeu sobre a saúde física e mental avaliou a percepção do estado da saúde em geral, onde também a percentagem de mulheres que consideram as suas condições de saúde como más e muito más é superior à dos homens.

As mulheres espanholas foram as que mais consideraram as suas condições de saúde como más e muito más, seguidas pelas mulheres húngaras. Os valores mais baixos correspondem aos homens irlandeses e aos homens suíços.

O estudo tentou ainda avaliar como são analisadas ou explicadas as desigualdades na saúde.

Em Portugal, as desigualdades são sobretudo explicadas por factores referentes às condições de habitação, seguindo-se os factores ocupacionais (como a situação laboral) e comportamentais (hábitos tabágicos, consumo de álcool ou actividade física).

Aliás, em todo o estudo se verificou que as desigualdades na saúde são menos explicadas por factores comportamentais e mais por factores ocupacionais e pelas condições de habitação.

O European Social Survey, feito com base em dados recolhidos em 2014 e 2015, conclui que a promoção de estilos de vida saudáveis por si só não é suficiente para reduzir problemas de saúde, devendo a estratégia passar por melhorar as condições físicas de trabalho e melhorar as políticas de distribuição do rendimento.