Theresa May gravada a defender a permanência do Reino Unido na União Europeia
O The Guardian revelou declarações proferidas pela actual primeira-ministra britânica, num encontro com banqueiros do Goldman Sachs, onde revela várias preocupações em relação à possibilidade do "Brexit".
A actual primeira-ministra britânica, Theresa May, afirmou, no passado mês de Maio, que as empresas sairiam em massa do Reino Unido se o país decidisse abandonar a União Europeia. As declarações foram proferidas durante uma audiência privada com banqueiros do banco de investimento Goldman Sachs, e foram agora divulgadas pelo The Guardian.
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A actual primeira-ministra britânica, Theresa May, afirmou, no passado mês de Maio, que as empresas sairiam em massa do Reino Unido se o país decidisse abandonar a União Europeia. As declarações foram proferidas durante uma audiência privada com banqueiros do banco de investimento Goldman Sachs, e foram agora divulgadas pelo The Guardian.
Depois dos resultados do referendo à permanência do Reino Unido na União Europeia, em Julho, e que ditaram a vitória do "Brexit", May sucedeu David Cameron que se havia demitido na sequência da decisão.
Antes, no dia 26 de Maio, a governante mostrava vários sinais de preocupação em relação à possibilidade do "Brexit": “Penso que os argumentos económicos são claros”, afirmou. “Penso que fazer parte de um bloco comercial de 500 milhões [de habitantes] é significativo para nós. Penso, como vos estava a dizer um pouco mais cedo, que uma das questões é que muitas pessoas vão investir aqui no Reino Unido porque o Reino Unido pertence à União Europeia”.
O jornal britânico recorda que estas preocupações contrastam com as intervenções públicas durante a campanha do referendo. Durante esse período vários membros do Partido Conservador terão ficado furiosos pelo facto de May se ter mantido à parte da discussão, abstendo-se de fazer campanha pela permanência.
Craig Oliver, antigo responsável pela comunicação de David Cameron, chegou a sugerir que May seria “uma agente inimiga” secreta que lutava pela saída do Reino Unido.
Também nas últimas semanas a primeira-ministra britânica manteve-se irredutível na pretensão de liderar o processo de saída da União Europeia, descartando um segundo referendo.
Mas perante os banqueiros do Goldman Sachs, Theresa May receava também pela segurança do país: “Existem definitivamente coisas que podemos fazer, enquanto membros da União Europeia, que penso que nos mantêm mais seguros”.
Durante cerca de uma hora, May respondeu a várias perguntas como convidada sem ter recebido, segundo confirmou o Goldman Sachs ao Guardian, qualquer pagamento. Uma das questões centrou-se na sua pretensão de ocupar o cargo de primeiro-ministro do Reino Unido. Ora, May explicou que “essa é uma das minhas mensagens em relação à questão do referendo": "Na verdade não devíamos estar a votar para tentar recriar o passado, devíamos estar a votar pelo que é certo para o futuro”.
Theresa May defendeu ainda que não só o Reino Unido deveria evitar sair da União Europeia como precisava de “liderar a Europa”.