Enfermeiros gerem casos de doentes complexos em Matosinhos
Arranca em Matosinhos projecto para apoiar pacientes que são grandes utilizadores da urgência
Para apoiar os pacientes mais complicados e evitar que tenham que recorrer com frequência ao serviço de urgência e ficar internados, a Unidade de Saúde Local (ULS) de Matosinhos, que integra o Hospital Pedro Hispano e quatro centros de saúde, acaba de arrancar com um projecto “inovador”. É uma nova forma de resposta para os “doentes crónicos complexos”, suportada por uma equipa que inclui um enfermeiro “gestor de caso”, uma espécie de procurador do paciente.
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Para apoiar os pacientes mais complicados e evitar que tenham que recorrer com frequência ao serviço de urgência e ficar internados, a Unidade de Saúde Local (ULS) de Matosinhos, que integra o Hospital Pedro Hispano e quatro centros de saúde, acaba de arrancar com um projecto “inovador”. É uma nova forma de resposta para os “doentes crónicos complexos”, suportada por uma equipa que inclui um enfermeiro “gestor de caso”, uma espécie de procurador do paciente.
Inspirando-se na experiência espanhola, a médica internista Céu Rocha e a sua equipa idealizaram a uma forma mais eficaz de dar apoio a este tipo de doentes - que são cerca de 5% do total mas representam uma parte significativa do trabalho e da despesa do hospital.
Doentes que cumpram três de cinco critérios definidos – mais de 75 anos, mais de cinco idas à urgências ou três internamentos no ano anterior, três co-morbilidades ou mais de seis medicamentos – vão ser sinalizados pela equipa e acompanhados por um enfermeiro que segue o paciente e os seu cuidadores no domicílio. Uma espécie de “procurador de saúde”, explica Céu Rocha.
Se o enfermeiro perceber que algo está a correr mal com o doente, entra em contacto com o médico internista ou o médico de família e terá sua disposição uma “consulta aberta” diária, com possibilidade de acesso rápido a exames. Tudo para evitar a descompensação e a agudização de patologias.
O projecto está a avançar de uma forma faseada, arrancando no Centro de Saúde da Senhora da Hora. “Acreditamos que vamos conseguir melhorar muito os reinternamentos e as vindas à urgência”, antecipa a médica. Quando o trabalho atingir a "velocidade cruzeiro", a equipa terá, prevê, médicos cinco internistas e sete a nove enfermeiros.