Aumento das emissões de CO2 em 2016 associado ao El Niño

Fenómeno do El Niño potencia as condições de seca em regiões tropicais e pode estar na base do aumento das emissões de dióxido de carbono em 2016.

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O aumento dos níveis de CO2 prende-se, também, com a exploração industrial. AFP/PATRIK STOLLARZ

A marca das 400 partes por milhão de dióxido de carbono (CO2) foi registada pela primeira vez na história, desde a revolução industrial, em 2015. E 2016, segundo as últimas previsões da Organização Mundial de Meteorologia (OMM), será o primeiro ano em que se excederá de forma consistente essa marca. A explicação mais plausível prende-se com o fenómeno do El Niño.

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A marca das 400 partes por milhão de dióxido de carbono (CO2) foi registada pela primeira vez na história, desde a revolução industrial, em 2015. E 2016, segundo as últimas previsões da Organização Mundial de Meteorologia (OMM), será o primeiro ano em que se excederá de forma consistente essa marca. A explicação mais plausível prende-se com o fenómeno do El Niño.

As 400 partes por milhão (ppm) de CO2 significa que há 400 moléculas daquele gás por cada milhão de moléculas na atmosfera. A OMM explica que isso se deve, em parte, ao El Niño, que potenciou condições de seca em regiões tropicais. Durante uma seca, a vegetação absorve menos quantidade de CO2, e, ao mesmo tempo, o número de incêndios aumenta, o que por sua vez faz subir as emissões de CO2 (o resto das emissões é provocado pelo impacto da actividade humana). Segundo a OMM, estas condições levarão a que os valores médios das emissões de CO2 dos últimos dez anos sejam ultrapassados em 2016.

A última vez que os valores de CO2 ultrapassaram as 400 ppm foi há cinco milhões de anos. Até 1800, o início da era industrial, os níveis atmosféricos estavam nos 280 ppm.

Os dados da estação de monotorização da OMM, em Mauna Loa, no Havai, mostram também um aumento na emissão de outros gases com efeito estufa, como o metano e o óxido nitroso. Entre 1990 e 2015 houve um aumento de 37% no efeito estufa, causado pela acumulação de substâncias provenientes da indústria, agricultura e actividades domésticas.

Segundo o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, o objectivo deve estar centrado na redução das emissões de CO2. Sem essa redução, compromete-se o que foi acordado em Paris. “Sem combater as emissões de CO2, não se consegue combater as alterações climáticas e manter o aumento da temperatura abaixo dos dois graus Celsius face à era pré-industrial”, explica Petteri Taalas, citado pela BBC online. “O ano de 2015 inaugurou uma nova era de optimismo e acção climática com o Acordo de Paris”, diz Taalas, “mas também marca uma nova era de alterações climáticas, com uma concentração de gases com efeito estufa nunca antes verificada.”

A 4 de Novembro as 200 nações que assinaram o Acordo de Paris encontram-se em Marrocos, para decidir que medidas serão tomadas a seguir.