Investigação às prendas dadas pelo Benfica sem arguidos
Investigadores estão a analisar a documentação financeira recolhida nas buscas ao clube.
A investigação às prendas oferecidas pelo Benfica aos árbitros, que está a ser conduzida pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária (PJ), não tem arguidos. Neste momento, os investigadores estão a analisar a documentação financeira recolhida nas buscas ao clube, realizadas há cerca de duas semanas. A polícia quer perceber quanto gastou o Benfica nestas ofertas e desde quando é que elas são prática do clube.
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A investigação às prendas oferecidas pelo Benfica aos árbitros, que está a ser conduzida pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária (PJ), não tem arguidos. Neste momento, os investigadores estão a analisar a documentação financeira recolhida nas buscas ao clube, realizadas há cerca de duas semanas. A polícia quer perceber quanto gastou o Benfica nestas ofertas e desde quando é que elas são prática do clube.
Em causa está um pacote entregue em cada jogo de futebol disputado pelas equipas principal e B no Estádio da Luz (ou no Seixal), contendo um réplica de uma camisola de Eusébio e um voucher para dois ou quatro jantares, entre outras ofertas mais ou menos simbólicas. O pacote seria entregue aos árbitros, aos observadores e aos delegados da Liga de futebol.
Uma fonte da PJ explica, contudo, que a simples entrega de prendas não constitui qualquer crime desportivo, sendo necessário, para que o caso não termine arquivado, que se comprove que as ofertas eram contrapartidas dadas aos árbitros para estes beneficiarem o Benfica. Até ao momento, não foi recolhido qualquer indício nesse sentido.
O inquérito foi aberto no final do ano passado pelo Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, na sequência de uma participação feita pela Federação Portuguesa de Futebol. Essa participação ocorreu após o presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, ter denunciado em Outubro do ano passado, durante o programa Prolongamento, transmitido na TVI24, a existência de ofertas do Benfica, cujo valor anual contabilizou em 250 mil euros, e num pedido do próprio Benfica para que tudo fosse esclarecido.
Em Janeiro passado, a Liga de clubes arquivou o caso insistindo, num comunicado, que "a oferta de objectos meramente simbólicos, lembranças, se apresenta como regulamentarmente admissível". Relativamente aos vouchers para jantar, que a comissão de instrução de inquéritos da Liga estimou num montante médio de 30 euros por refeição, considera-se que "continua a cair na cortesia social".
Para sustentar a sua decisão, a comissão da Liga fez contas. "Ainda que se procurasse dar um valor máximo de mercado a esta oferta, sempre teríamos que: o Kit Eusébio poderá chegar ao valor de 59,90 euros, a que acresceria, caso fosse usado, o voucher para quatro refeições (30,00 euros/pax) - 120 euros, num total de 179,9 euros. Este constitui montante bastante inferior aos 300 euros indicados nas regras para árbitros nos jogos da UEFA", lê-se na deliberação.