Passos diz que o presidente da Caixa "atira areia para a cara das pessoas"

De passagem pelo Festival Nacional de Gastronomia, o líder do PSD respondeu à carta do presidente da CGD.

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Passos Coelho voltou a falar sobre António Domingues asm adriano miranda

Pedro Passos Coelho reagiu à carta que António Domingues enviou ao jornal PÚBLICO, e na qual negava alguma vez ter tido acesso a informação privilegiada sobre a caixa antes da sua posse. "Não respondeu às observações que eu coloquei", regista Passos, e "atira um bocadinho areia para a cara das pessoas. Se é para isso, não vale a pena pagar aos novos administradores o dobro do que pagavam aos anteriores. É um mau começo."

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Pedro Passos Coelho reagiu à carta que António Domingues enviou ao jornal PÚBLICO, e na qual negava alguma vez ter tido acesso a informação privilegiada sobre a caixa antes da sua posse. "Não respondeu às observações que eu coloquei", regista Passos, e "atira um bocadinho areia para a cara das pessoas. Se é para isso, não vale a pena pagar aos novos administradores o dobro do que pagavam aos anteriores. É um mau começo."

O líder social-democrata insiste que “depois daquilo que veio a público, ou o plano de recapitalização não teve informação adequada e é uma mistificação política, e então o presidente da Caixa perdeu uma boa oportunidade para estar calado, ou então teve acesso a informação e não está a desmentir o que eu disse. Nesse caso é preciso começar a responder perante o parlamento e perante os portugueses sobre o que é que se passou, o que é que consta desse plano de recapitalização e do plano de reestruturação da Caixa”, declarou.

A carta do presidente da Caixa era já ela própria uma resposta a Passos Coelho que, em entrevista ao PÚBLICO, havia dito: "A mesma pessoa que não era administrador da Caixa e tinha condicionado até a decisão de aceitar ser presidente à solução que se encontrasse em Bruxelas para a recapitalização, acedeu a toda a informação privilegiada da CGD quando não tinha ainda qualquer responsabilidade formal nessa administração."

Passos reagiu de viva voz em Santarém, onde esteve esta tarde de visita ao Festival Nacional de Gastronomia. À saída do evento, o líder do PSD prestou declarações à imprensa e aproveitou para comentar o Orçamento do Estado para 2017. "Este Orçamento não tem uma estratégia de crescimento para a economia portuguesa. Prevê um crescimento inferior ao do ano passado", sublinhou Passos. 

O social-democrata repetiu o que já havia dito ao PÚBLICO sobre a apresentação de propostas de alteração ao documento do Governo na especialidade. "A seu tempo, o PSD apresentará as suas propostas que incidirão sobre os aspectos mais estruturais da nossa economia”. Entre outros assuntos, os contributos do partido irão no sentido de pôr Portugal a "crescer mais e a gerar mais emprego", de promover a "sustentabilidade das finanças públicas e da segurança social" e de reforçar o investimento.