Bancos internacionais estão a preparar saída do Reino Unido por causa do “Brexit”

Director-executivo da Associação dos Banqueiros Britânicos admite que as instituições de menor dimensão saem antes do final do ano.

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Theresa May, primeira-ministra britânica, negociará as condições de saída do seu país do "Brexit". AFP/EMMANUEL DUNAND

Os bancos internacionais estão a preparar-se para tirar parte de suas operações da Grã-Bretanha no início de 2017 devido à incerteza sobre o relacionamento futuro do país com a União Europeia (UE), avança o director-executivo da Associação dos Banqueiros Britânicos.

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Os bancos internacionais estão a preparar-se para tirar parte de suas operações da Grã-Bretanha no início de 2017 devido à incerteza sobre o relacionamento futuro do país com a União Europeia (UE), avança o director-executivo da Associação dos Banqueiros Britânicos.

O debate público e político está a levar-nos na direcção errada", defende Anthony Browne, num artigo publicado no The Observer. Citado pela Reuters, o responsável adianta que, ao contrário de outras empresas, “os bancos não podem esperar até ao último minuto”.

"As mãos [dos banqueiros] estão a tremer sobre o botão 'relocalizar', escreve o director da BBA (British Bankers Association, na sigla em inglês), acrescentando que a maioria dos bancos internacionais estão a avaliar que operações precisam mudar para garantir que vão continuar a prestar serviços aos seus clientes, a data em que isso deve acontecer e qual a melhor forma de o fazer.

"Muitos bancos pequenos pretendem começar a relocar actividades antes do Natal. Os bancos maiores esperam começar no primeiro semestre do ano que vem”, refere Anthony Browne

Os maiores bancos do mundo têm os seus serviços para a Europa centralizados no Reino Unido, onde o sector financeiro emprega mais de dois milhões de trabalhadores, representado quase 12% do Produto Interno Bruto do país.

Segundo Anthony Browne, citado pela Lusa, os bancos internacionais têm empréstimos de 1,2 mil milhões concedidos a empresas e governos do resto da União Europeia, "mantendo à tona o Continente em termos financeiros". E ainda que o comércio livre nos serviços financeiros entre o Reino Unido e a Europa continental está avaliado em mais de 22,5 mil milhões de euros.

Neste momento, ainda não se sabe qual será exactamente a estratégia do Governo britânico nas conversações, nem qual é o calendário para o processo de separação. A primeira-ministra, Theresa May,  disse que é sua intenção accionar o artigo 50 do Tratado de Lisboa, que dá o tiro de partida, até Março de 2017.