Ana Simões eleita presidente da Sociedade Europeia de História da Ciência

É a primeira vez que um investigador português assume estas funções.

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A historiadora das ciências Ana Simões DR

A investigadora portuguesa Ana Simões vai ser a próxima presidente da Sociedade Europeia de História da Ciência (ESHS, na sigla em inglês) – anunciou esta sexta-feira, em comunicado, a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL). É a primeira vez que um investigador português assume estas funções na ESHS, e o seu mandato como presidente desta sociedade criada em 2003 começará em 2018 e terminará em 2020.

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A investigadora portuguesa Ana Simões vai ser a próxima presidente da Sociedade Europeia de História da Ciência (ESHS, na sigla em inglês) – anunciou esta sexta-feira, em comunicado, a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL). É a primeira vez que um investigador português assume estas funções na ESHS, e o seu mandato como presidente desta sociedade criada em 2003 começará em 2018 e terminará em 2020.

Ana Simões é professora catedrática do Departamento de História e Filosofia das Ciências da FCUL. É também uma das coordenadoras do Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia. As suas áreas de interesse incluem a história das ciências físicas (séculos XIX e XX), história das ciências nas periferias europeias e ainda história das ciências em Portugal (séculos XVIII-XX), refere o comunicado.

É autora de mais de 120 publicações científicas – entre as quais se destacam os livros Neither physics nor chemistry. A history of quantum chemistry (MIT Press, 2012), em co-autoria com Kostas Gavroglu; Citizen of the world. A scientific biography of Abbé Correia da Serra (Universidade da Califórnia em Berkeley, 2012), com Maria Paula Diogo e Ana Carneiro; e Uma história da Faculdade de Ciências de Lisboa (1911-1974) (FCUL 2013), com Ana Carneiro, Maria Paula Diogo, Luís Miguel Carolino e Teresa Salomé Mota.

O nome de Ana Simões foi nomeado pelos membros da anterior direcção; e na última conferência internacional da ESHS (em Praga, no final de Setembro) os seus 54 membros votaram e 49 dos quais escolheram a investigadora portuguesa para as novas funções. Isto significa que, em 2016 e 2017, ela se junta como presidente-eleita aos actuais presidente e vice-presidente da sociedade e, depois, em 2018 assumirá então as funções de presidente.

“É uma enorme honra e o reconhecimento de que nestes últimos anos se conseguiu colocar a história das ciências feita em Portugal no mapa internacional”, disse Ana Simões sobre a sua eleição, citada no comunicado. “Muitos dos colegas portugueses também têm pertencido às comissões científicas dos congressos organizados pela ESHS, o que denota a visibilidade e reconhecimento dos historiadores das ciências portugueses”, acrescentou.

“O presidente-eleito, em conjunto com o vice-presidente, coadjuva o presidente, preparando-se para as suas funções de presidente”, explicou ainda Ana Simões numa entrevista publicada no site da FCUL. “No texto que acompanhou a minha nomeação, enfatizei a promoção de uma série de medidas de apoio a historiadores das ciências em início de carreira, através de bolsas, prémios, estímulo à investigação e organização de summer schools, assim como a necessidade de fortalecer relações com outras grandes sociedades científicas e redes internacionais”, disse ainda.

“Esta eleição reconhece, antes de qualquer outra coisa, a alta reputação da professora Ana Simões entre os seus pares, a nível internacional”, considerou por sua vez Henrique Leitão, presidente do Departamento de História e Filosofia das Ciências da FCUL, e ele próprio eleito, em 2013, membro efectivo da Academia Internacional de História das Ciências, com sede em Paris, e distinguido no ano seguinte com o Prémio Pessoa.

Henrique Leitão sublinhou que os presidentes da ESHS são escolhidos entre os historiadores de ciência de maior reputação na Europa, por isso considera que a eleição de Ana Simões confirma o estatuto tanto do Departamento de História e Filosofia das Ciências da FCUL como do Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia como instituições de referência no panorama actual da história das ciências – o que o enchem, a ele e aos colegas da faculdade, de “uma grande alegria e de um grande optimismo para os próximos anos”.