Aguiar da Beira: ex-"superpolícia" critica falta de coordenação entre autoridades

Mário Mendes, ex-secretário-geral de Sistemas de Segurança Interna (SG-SSI), acusa actual secretária de "nada fazer" para promover a coordenação das polícias, no caso dos crimes ocorridos em Aguiar da Beira.

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As autoridades portuguesas perseguem Pedro Dias desde terça-feira da semana passada Hugo Santos

O antigo secretário-geral do Sistemas de Segurança Interna (SG-SSI) Mário Mendes alerta nesta quinta-feira para a falta de coordenação das polícias na perseguição a Pedro Dias, o homem suspeito dos crimes em Aguiar da Beira. Em declarações ao jornal Diário de Notícias, o também juiz conselheiro acusa Helena Fazenda, que actualmente desempenha o cargo conhecido como "superpolícia", de "nada fazer" para colmatar esta falha.

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O antigo secretário-geral do Sistemas de Segurança Interna (SG-SSI) Mário Mendes alerta nesta quinta-feira para a falta de coordenação das polícias na perseguição a Pedro Dias, o homem suspeito dos crimes em Aguiar da Beira. Em declarações ao jornal Diário de Notícias, o também juiz conselheiro acusa Helena Fazenda, que actualmente desempenha o cargo conhecido como "superpolícia", de "nada fazer" para colmatar esta falha.

“As falhas na coordenação são bastante grandes”, diz o magistrado. “A SG-SSI deveria reunir de urgência o Gabinete Nacional de Segurança (onde estão representadas as polícias e as secretas) e incentivar mecanismos de cooperação que não estão a ser realizados”, afirma ao DN.

Estas declarações surgem na sequência dos crimes ocorridos em Aguiar da Beira, alegadamente cometidos por Pedro Dias, e que está fugido às autoridades há mais de uma semana.

Mário Mendes salienta que cabe a Helena Fazenda, na qualidade de SG-SSl, “promover mecanismos de coordenação”, porque, diz, "faz parte das suas competências” desde que o cargo foi criado, em 2008, pelo Governo de José Sócrates, na Lei de Segurança Interna.

O juiz conselheiro vai mais longe nas suas declarações e sugere que "deveria de ser a PJ a dirigir um eventual centro de comando e coordenação, tendo em conta que a investigação destes crimes é da sua responsabilidade”.

Pedro João Dias ainda está a monte, o que constitui “uma ameaça à segurança pública”, diz Mário Mendes, vendo nesta situação um caso que "exige medidas extraordinárias", tendo em conta “o alarme público em causa, em que ainda estão vidas de pessoas em perigo" e "tendo em conta o nível de violência revelado pelo suspeito”.