Lisboa Electronica 2017: a música de dança num novo festival
A primeira edição tem lugar nos dias 12 e 13 de Maio do próximo ano e contará com showcases de editoras nacionais e internacionais, entre conferências e workshops.
A música importa e o que está por trás dela também. DJs/ produtores, editoras, agências, promotoras, organizadores de festivais e lojas de discos vão estar reunidos na primeira edição do festival Lisboa Electronica – Musiculture, que acontecerá no próximo ano, a 12 e 13 de Maio na capital, num local ainda a anunciar. O programa, internacional mas com foco no nacional, propõe-se a descodificar a indústria da música electrónica de dança junto dos públicos, com actuações, conferências e workshops.
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A música importa e o que está por trás dela também. DJs/ produtores, editoras, agências, promotoras, organizadores de festivais e lojas de discos vão estar reunidos na primeira edição do festival Lisboa Electronica – Musiculture, que acontecerá no próximo ano, a 12 e 13 de Maio na capital, num local ainda a anunciar. O programa, internacional mas com foco no nacional, propõe-se a descodificar a indústria da música electrónica de dança junto dos públicos, com actuações, conferências e workshops.
“Queremos mostrar o trabalho que há por trás de um DJ. Toda a estrutura que fica por trás das cortinas e que normalmente não é valorizada”, explica um dos organizadores, Jorge Caiado, DJ/produtor de 27 anos e co-responsável da editora Groovement, ligado também a outras plataformas como a Inner Balance, Carpet Music ou Madluv Records. Para cumprir a filosofia do festival, o alinhamento é organizado em torno de editoras, orientadas para a música house e techno nos seus vários predicados. “Todos os artistas vêm em representação de uma editora e actuam no contexto de showcase”, refere Caiado. O Lisboa Electronica surge na sequência do Lisboa Dance Festival, evento que aconteceu em Março e que tem agora parte da sua equipa criativa envolvida neste novo projecto.
A primeira confirmação internacional é a Dystopian, recomendável editora berlinense de techno sombrio e de paisagens industriais, representada no festival por Rødhåd, Vril (em formato live) e Drumcell. O cartaz contará pelo menos com quatro editoras estrangeiras – um dos objectivos é trazer “artistas que não têm muita visibilidade em Portugal” – e cerca de 20 nacionais, numa chamada de atenção para a vitalidade da actual cena de música electrónica portuguesa – diáspora incluída, de nomes mais experientes a nomes emergentes.
Entre as editoras já anunciadas estão a Interzona 13, de Tiago Miranda, residente do Lux; a referida (e mais veterana) Groovement; a Assemble Music, com tentáculos em Berlim, Toronto e Tóquio; a One Eyed Jacks, de Inês Coutinho (Violet, A.M.O.R.) e Marco Rodrigues (Photonz), residentes em Londres; a LABAREDA, de Sónia Câmara (Sonja), um dos projectos mais entusiasmantes em terreno nacional; ou a Extended Records, nova força da música house feita por cá. Algumas destas editoras representam também produtores internacionais.
A programação acaba por seguir uma dinâmica colaborativa. “As editoras escolhem os artistas em conjunto connosco”, diz Jorge Caiado. Quanto às conferências e aos workshops, que vão contar com diferentes intervenientes desta área (músicos, agentes, promotores…), os temas abordados serão vários: entre eles, direitos de autor, como criar uma editora, como estabelecer um equilíbrio entre as agendas dos festivais e dos clubes, qual o ponto de situação da indústria. O Lisboa Electronica tem ainda uma rádio oficial, a Rádio Quântica (projecto de Inês Coutinho e Marco Rodrigues), que fará a cobertura do festival.