Comissão Europeia promove cooperação científica no Mediterrâneo para combater migrações
Parceria PRIMA destina-se a projectos de investigação e inovação na gestão dos recursos hídricos e produção alimentar.
Desenvolver projectos de investigação conjunta na bacia euro-mediterrânica sobre sustentabilidade de gestão dos recursos hídricos e produção alimentar é o objectivo de uma nova parceria proposta pela Comissão Europeia, através do quadro do programa Horizonte 2020. Tentar limitar a migração para a Europa através do desenvolvimento das economias do Norte de África é um dos objectivos desta parceria.
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Desenvolver projectos de investigação conjunta na bacia euro-mediterrânica sobre sustentabilidade de gestão dos recursos hídricos e produção alimentar é o objectivo de uma nova parceria proposta pela Comissão Europeia, através do quadro do programa Horizonte 2020. Tentar limitar a migração para a Europa através do desenvolvimento das economias do Norte de África é um dos objectivos desta parceria.
Participam 14 países na Parceria para Investigação e Inovação na Região do Mediterrâneo (PRIMA), que é esta terça-feira apresentada em Bruxelas: Chipre, República Checa, Egipto, Espanha, França, Grécia, Israel, Itália, Líbano, Luxemburgo, Malta, Marrocos, Portugal e Tunísia. A Alemanha manifestou também interesse em vir a entrar na iniciativa, que conta com um financiamento de 400 milhões de euros: 200 dos países integrantes e outro tanto através do actual quadro de investigação do programa Horizonte 2020. A parceria está planeada para durar dez anos, com início em 2018.
O foco principal é desenvolver soluções inovadoras para lidar com a seca que nos últimos anos afecta a região Leste do Mediterrâneo – um estudo de cientistas da NASA publicado em Março na revista Journal of Geophysical Research-Atmosphere concluía que na região do Levante, no período entre 1998-2012, a seca foi pior do que em qualquer outro momento nos últimos 900 anos. A Comissão Europeia avança uma estatística que diz que 180 milhões de pessoas que vivem na bacia do Mediterrâneo são consideradas “pobres” em água, ou seja, dispõem de menos de mil metros cúbicos por habitante e por ano de recursos hídricos renováveis.
“Esta parceria euro-mediterrânica é um excelente exemplo em que a troca de conhecimentos e investimento podem fazer uma enorme diferença. Trará água de boa qualidade e alimentos para a população, o que contribui para o crescimento das economias locais e irá criar novos postos de trabalho. Através do PRIMA, a investigação e a inovação irá ter um papel crucial na raiz de uma das causas de migração”, disse o comissário europeu Carlos Moedas, responsável pela área da Investigação, Ciência e Inovação, citado num comunicado de imprensa.
A ideia do PRIMA é que, através do investimento público, se incentivem relações científicas e diplomáticas entre os países e entidades participantes, se forjem novos acordos de cooperação científica e tecnológica entre a União Europeia e os países do lado Sul do Mediterrâneo, e que dessa forma se atraia investimento privado, envolvendo também as pequenas e médias empresas, criando novos empregos e desincentivando a migração.