Trump pede para ninguém acreditar em acusações de "mulheres horríveis"
Confrontado com novas queixas por assédio sexual, o candidato republicano pediu aos seus apoiantes para "olhar bem" para as mulheres que o acusam: "Acreditem, mulheres como elas nunca seriam a minha primeira opção”.
Um candidato presidencial que está a cair nas sondagens por causa do conteúdo de uma gravação, feita em 2005, onde confessava candidamente como beijava e apalpava mulheres sem a sua autorização, deveria evitar todo e qualquer comentário sobre a aparência física. Mas não Donald Trump, que confrontado com duas novas acusações de assédio, montou uma inusitada defesa para desvalorizar e descredibilizar as queixas contra si. “Olhem bem para elas”, aconselhou o republicano aos seus apoiantes, em comícios na Carolina do Norte. “São mulheres horríveis”, continuou.
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Um candidato presidencial que está a cair nas sondagens por causa do conteúdo de uma gravação, feita em 2005, onde confessava candidamente como beijava e apalpava mulheres sem a sua autorização, deveria evitar todo e qualquer comentário sobre a aparência física. Mas não Donald Trump, que confrontado com duas novas acusações de assédio, montou uma inusitada defesa para desvalorizar e descredibilizar as queixas contra si. “Olhem bem para elas”, aconselhou o republicano aos seus apoiantes, em comícios na Carolina do Norte. “São mulheres horríveis”, continuou.
Para desmentir as novas acusações, que partiram de uma fotógrafa e uma antiga concorrente do seu programa televisivo O Aprendiz, Trump fez-se valer desses comentários (que grande parte da América considera ofensivos) em que revelava sentir-se atraído por mulheres bonitas. “Isto é pura ficção. Elas são umas falsas. Devem ser doentes”, bradou, repetindo que “basta olhar para elas”. “Como se fosse possível. Acreditem, mulheres como elas nunca seriam a minha primeira opção”, acrescentou.
É uma estratégia arriscada, admitiu. “A minha campanha está-me sempre a pedir para não falar nisto, para falar em postos de trabalho e na economia. Mas eu acho que devo falar no assunto, eu tenho que disputar estas alegações até porque se 5% ou 10% das pessoas acreditarem que é verdade, perdemos as eleições”, prosseguiu. “Só que como vocês podem ver, estou a ser vítima da maior campanha de rumores na história deste país. É uma verdadeira campanha para assassinar o meu carácter”, justificou – para lembrar que a sua adversária, Hillary Clinton, é “especialista” nessa matéria.
“Se formos ver, ao longo dos anos, é o que ela tem feito, perseguir as pessoas pessoalmente com mentiras e mais mentiras. Ela é especialista, foi assim que fez carreira”, afirmou.
Na sua defesa ao ataque, Trump retomando ainda outra “narrativa” da sua campanha, associando as notícias publicadas pelo The New York Times, que revelou episódios de assédio sexual, e a estrutura accionista da empresa que detém o jornal, onde o milionário mexicano das telecomunicações Carlos Slim detém uma participação de 16%. Assim, e de acordo com o candidato republicano que tem repetido insultos contra os mexicanos, Slim estaria envolvido numa “conspiração” com a campanha de Hillary Clinton, e a instrumentalizar o diário nova-iorquino, para interferir com o resultado da eleição e evitar a construção do muro prometido para a fronteira.