Correia de Campos foi de novo a votos e conseguiu ser eleito à justa

O Parlamento já repetiu as votações para eleger o sucessor de Luís Filipe Pereira. Desta vez, Correia de Campos conseguiu ser eleito pelo mínimo de votos.

Foto
Correia da Campos foi ministro da Saúde de José Sócrates pbc pedro cunha

Depois de uma primeira eleição chumbada, em Julho, Correia de Campos foi eleito presidente do Conselho Económico e Social com 146 votos favoráveis, o mínimo que era exigido, soube o PÚBLICO. Com menos um voto e já não seria eleito. O ex-ministro do PS teve 54 votos brancos e 19 nulos, num universo de 219 votantes. 

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Depois de uma primeira eleição chumbada, em Julho, Correia de Campos foi eleito presidente do Conselho Económico e Social com 146 votos favoráveis, o mínimo que era exigido, soube o PÚBLICO. Com menos um voto e já não seria eleito. O ex-ministro do PS teve 54 votos brancos e 19 nulos, num universo de 219 votantes. 

O voto é secreto, o que há quase três meses fez com que ninguém conseguisse apurar com precisão quem tinham sido os responsáveis por faltarem 42 votos - Correia de Campos ficou aquém dos dois terços exigidos e obteve apenas 105 votos, 93 brancos e 11 nulos, e nove deputados faltaram à votação. 

O PS insistiu no nome do ex-ministro da Saúde de José Sócrates para substituir o social-democrata Luís Filipe Pereira depois do primeiro chumbo. As negociações, que num primeiro momento demoraram meses, acabou um consenso entre os dois partidos, que juntos somam 175 deputados.

Luís Filipe Pereira, o presidente interino que agora deixa o CES, foi indicado pela anterior maioria PSD/CDS em substituição de José Silva Peneda, que renunciou ao cargo para assumir as funções de assessor do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, em Maio de 2015.

O impasse na presidência do CES foi lembrado por Marcelo Rebelo de Sousa há dois dias na cerimónia evocativa dos 25 anos do Conselho Económico e Social em que os patrões aproveitaram para se queixar da desvalorização da concertação social. “O CES desempenha uma relevante missão ao pronunciar-se acerca das opções fundamentais em matéria económica, financeira e social. Para tanto deve ser ouvido atempadamente para que a pronúncia não seja um pró-forma institucional”, defendeu o Presidente. E deixou o recado: é preciso ouvir a concertação social em tempo útil “para que não fique a ideia de uma limitada importância do órgão cimeiro de representação orgânica da sociedade civil. Ideia essa agravada se os partidos se revelarem incapazes de concordar de modo alargado ao menos quanto à própria presidência do órgão”.

Os candidatos à Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos - Carlos Abreu Amorim (PSD) e Pedro Delgado Alves (PS) - conseguiram a eleição, com 157 votos a favor, 55 brancos e 7 nulos.

Foram também eleitos por maioria os membros indicados pelo PSD e pelo PS para o Conselho de Opinião da RTP. A lista teve 193 votos a favor, 19 brancos e apenas 7 nulos. Entre os candidatos eleitos estão o ex-secretário de Estado Pedro Lomba, Ribeiro Cristóvão, José Mendonça, Vítor Almeida Pinho, Estrela Serrano, José Manuel Guinote e Maria Emília Brederode, Diana Andringa e Fernando Correia. 

O deputado do CDS António Carlos Monteiro também foi eleito secretário da mesa da Assembleia da República, em substituição de Abel Baptista, com 164 votos a favor, 51 brancos e 4 nulos.