O partido de Tsipras precisa de "paciência e imaginação"

Michalis Spourdalakis, director da Faculdade de Economia e Ciência Polícia da Universidade de Atenas e delegado ao Congresso do Syriza, diz o que espera do congresso que hoje começa.

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Incluir mais cidadãos no serviço de saúde é uma das medidas que respeitam a matriz do Syriza Miguel Manso

O Syriza, que foi o partido dos movimentos sociais na Grécia da crise, vai reunir-se em congresso com o objectivo de “estar mais perto da sociedade”, diz Michalis Spourdalakis, director da Faculdade de Economia e Ciência Polícia da Universidade de Atenas e delegado ao congresso do Syriza.

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O Syriza, que foi o partido dos movimentos sociais na Grécia da crise, vai reunir-se em congresso com o objectivo de “estar mais perto da sociedade”, diz Michalis Spourdalakis, director da Faculdade de Economia e Ciência Polícia da Universidade de Atenas e delegado ao congresso do Syriza.

O partido está numa situação muito difícil, admite: no Governo e a aplicar políticas com as quais não concorda. “A austeridade nunca constou no programa do Syriza e nunca o Governo ou o partido fizeram sua esta política – esta foi-nos imposta”, diz ao PÚBLICO, por telefone. “É diferente de quando um Governo aplica políticas em que acredita. E neste caso estamos sob um programa de supervisão muito, muito estrito.”

É assim preciso “paciência e imaginação”, diz: “Não há propriamente história de partidos de esquerda radical com experiência de Governo numa situação tão especial”.

Mas aponta iniciativas do executivo que vão de encontro à matriz do Syriza: incluir mais cidadãos no serviço de saúde, uma pensão mínima nacional. Também acha que o Governo pode aproveitar o espaço que tem, ainda que este seja muito diminuto, para as suas próprias políticas, na “economia social” ou em direitos cívicos.

Do congresso, Spourdalakis espera que saia uma declaração de unidade, a começar pela confiança no líder, Alexis Tsipras, que será reeleito, e destaca ainda a apresentação de uma lista única ao comité central do partido, depois da divisão e saída das forças mais à esquerda que recusavam o memorando após a decisão do Governo o aprovar no ano passado.