Morre-se mais em Portugal por pneumonia? Doença mata seis mil por ano

Fundação Portuguesa de Pneumologia promove congresso. Presidente diz que a doença mata seis mil pessoas por ano. E defende vacinação em determinados grupos.

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"O que sabemos é que a taxa de mortalidade é mais frequente nas pessoas mais idosas e nos doentes com doença pulmonar obstrutiva crónica", diz presidente da FPP paulo pimenta

A pneumonia, doença que mata cerca de seis mil portugueses por ano e é responsável por quase 42.500 internamentos, será um dos temas em destaque no Congresso da Fundação Portuguesa de Pneumologia (FPP) que começa na sexta-feira, em Lisboa.

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A pneumonia, doença que mata cerca de seis mil portugueses por ano e é responsável por quase 42.500 internamentos, será um dos temas em destaque no Congresso da Fundação Portuguesa de Pneumologia (FPP) que começa na sexta-feira, em Lisboa.

Em declarações hoje à Lusa, o presidente da FPP, José Alves, afirmou que se irá tentar perceber por que razão  a taxa de mortalidade por pneumonia é superior em Portugal do que em alguns países da Europa. "Se não somos geneticamente diferentes da população do resto da Europa e o tratamento que se faz, em termos de pneumonias, é semelhante, então por que é que se morre mais em Portugal por esta doença?"

Na opinião deste pneumologista, uma das explicações é que podem existir "incorrecções nas estatísticas".

Ou seja, referiu o presidente da FPP, o "desvio" poderá estar relacionado com o diagnóstico da morte. "Uma pessoa que tem cancro no pulmão e tem uma pneumonia, a causa da morte é o cancro do pulmão e não é a pneumonia, mas é identificado como sendo a pneumonia", exemplificou.

"O que sabemos é que a taxa de mortalidade é mais frequente nas pessoas mais idosas e nos doentes com doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) e que é, de facto, em termos de doença evitável, uma das mais frequentes", acrescentou.

Neste âmbito, José Alves considera que "a prevenção é importante" e defende a vacina contra a pneumonia em determinados grupos de doentes. "Vai impedir que doentes, por exemplo, com neoplasias, com cancro que tem diminuição da capacidade imunológica, tenham pneumonias, ao contrário do que é frequente se não forem vacinados. As pessoas com mais de 65 anos devem ser vacinadas. Fica mais barato ao Estado e é melhor as pessoas gastarem o dinheiro nessa vacina do que estar a sofrer de pneumonia."

O programa do congresso da FPP, que irá reunir mais de 120 especialistas, inclui uma homenagem a Sobrinho Simões, fundador e presidente do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular, que foi integrado no Instituto de Investigação em Saúde (i3S).

Considerado um dos patologistas mais influentes do mundo, Sobrinho Simões irá ser reconhecido como "Personalidade do ano". O VII Congresso da FPP, que decorrerá sob o tema genérico "Pulmão e Ambiente", serão também apresentados estudos sobre tuberculose, qualidade do ar que respiramos, amianto ou alergias no ambiente urbano.

De acordo com a organização do encontro, as doenças respiratórias em Portugal são a 3.ª causa de internamento por doenças e são a 5.ª causa de morte na população.