Aos seis anos os alunos têm mais tempo de aulas do que aos 18
Autor de estudo diz que a distribuição da carga horária é um exemplo de como os interesses dos alunos não são tidos em conta.
Um estudo comparado entre a carga horária de um aluno no 1.º ano de escolaridade com um estudante a frequentar o 12.º revela que o mais novo, de seis anos, tem mais 465 minutos por semana de aulas do que o estudante mais velho, com 18 anos de idade.
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Um estudo comparado entre a carga horária de um aluno no 1.º ano de escolaridade com um estudante a frequentar o 12.º revela que o mais novo, de seis anos, tem mais 465 minutos por semana de aulas do que o estudante mais velho, com 18 anos de idade.
O estudo foi desenvolvido por Alexandre Henriques, autor do blogue de educação ComRegras, um dos mais respeitados nesta área. Depois de comparar as matrizes curriculares do Ministério da Educação, Alexandre Henriques divulgou o estudo comparado no seu blogue, revelando que um aluno no 1.º ano de escolaridade tem 1500 horas de carga lectiva, enquanto um estudante do 12.º ano tem 1035 horas de carga horária.
O estudo revela também que os anos com maior carga lectiva em Portugal são o 3.º e 4.ºanos de escolaridade, com 1620 horas.
No 2.º ciclo, que corresponde ao 5.º e 6.º ano, a carga horária lectiva é de 1350 horas e, no 7.º ano de escolaridade volta a aumentar para as 1530 horas, para voltar a baixar nos 8.º e 9.º anos, em que a carga horária está nas 1485 horas.
No 10.º e 11.º ano dá-se um novo aumento da carga horária para 1.530 horas, para voltar a baixar no 12.º, com as 1.035 horas.
"A carga lectiva atribuída aos alunos portugueses não tem a mínima consideração pela sua idade, não tem uma lógica progressiva, sendo vítima de múltiplos interesses excepto os dos próprios alunos", observa o autor do estudo, referindo que há situações de uma "incongruência difícil de explicar", como é o caso da actividade física praticada na escola que tem o seu "pico no ensino secundário".