OE: pensões deixam acordo pendurado
Acordo entre partidos de esquerda continua preso pela subida das pensões. Na China, onde se encontra até quarta-feira, António Costa considerou “muito especulativas” as notícias sobre aumento de impostos
O primeiro-ministro classificou este sábado como "ideias muito especulativas" as notícias sobre prováveis aumentos da carga fiscal em 2017 e remeteu para o final da próxima semana a discussão sobre a proposta do Governo de Orçamento para 2017.
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O primeiro-ministro classificou este sábado como "ideias muito especulativas" as notícias sobre prováveis aumentos da carga fiscal em 2017 e remeteu para o final da próxima semana a discussão sobre a proposta do Governo de Orçamento para 2017.
António Costa falava aos jornalistas em Pequim após ter estado reunido com o Presidente da República da China, Xi Jinping, e com o presidente da Assembleia Nacional Popular, Zhang Dejiang, depois de questionado sobre a proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2017, designadamente sobre a possibilidade de estar previsto um conjunto de aumentos de impostos indirectos. "Acho que são ideias muito especulativas. Vamos aguardar para que o projecto de orçamento seja aprovado, debatido e, depois, teremos uma versão final. Mas, manifestamente, não é em Pequim que vamos tratar do orçamento", respondeu o primeiro-ministro. “ Sobre o orçamento falaremos em Lisboa a partir do próximo dia 13 e, até lá, estaremos concentrados no estreitamento das relações económicas, políticas e culturais com a China", repetiu.
Não são os impostos, contudo, a principal incógnita do próximo Orçamento. Fontes dos partidos da maioria parlamentar contactadas pelo PÚBLICO coincidem numa palavra para resumir o actual impasse negocial: “Pensões.” Todas as matérias resultantes dos acordos assinados entre António Costa, Catarina Martins e Jerónimo de Sousa já estão incluídas e isso é pacífico entre os vários partidos. Mas a subida das pensões, que é vista pelo BE e pelo PCP como determinante, divide as opiniões. O Governo mostrou, segundo o Expresso, abertura para aumentar acima da inflação (0,7%) apenas os pensionistas que recebem o valor mínimo e possuam uma longa carreira contributiva. O PCP insiste num aumento mínimo de 10 euros para todos os beneficiários, enquanto o BE quer além da reposição da inflação para todos um aumento de 10 euros para pensionistas abaixo dos 845 euros mensais. No entanto, fonte do BE dá outra importância a esta questão, além do aumento: “Uma medida destas dava um sinal político de que se consegue ambicionar mais do que apenas cumprir o acordo.”