O sportswear entra para o aquecimento da 47.ª ModaLisboa
Uma primeira noite sem agitação com prémios para João Barriga, Ana Duarte e João Oliveira pelo que prevêem para o Verão de 2017.
Um Blackout, um Knock Out, peças largas e desportivas reinventadas – a primeira noite da 47.ª edição da ModaLisboa, que se dividiu entre o Pátio da Galé e a Praça do Município, teve música com os Fandango e prémios para o Verão 2017 de três jovens designers que trabalham o streetwear e o sportswear. Num calendário reformulado, mudanças também na criação com Ricardo Preto a fechar a noite com um desfile de roupa masculina e Catarina Oliveira, que transitou do Sangue Novo para a plataforma LAB, a experimentar misturar o vestuário para rapaz e rapariga. A tónica? Descontracção.
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Um Blackout, um Knock Out, peças largas e desportivas reinventadas – a primeira noite da 47.ª edição da ModaLisboa, que se dividiu entre o Pátio da Galé e a Praça do Município, teve música com os Fandango e prémios para o Verão 2017 de três jovens designers que trabalham o streetwear e o sportswear. Num calendário reformulado, mudanças também na criação com Ricardo Preto a fechar a noite com um desfile de roupa masculina e Catarina Oliveira, que transitou do Sangue Novo para a plataforma LAB, a experimentar misturar o vestuário para rapaz e rapariga. A tónica? Descontracção.
É uma noite de aquecimento, e isso nota-se. Circula-se pelos Paços do Concelho com facilidade, os convidados têm espaço para fotografar e ser fotografados e as caras conhecidas, de Ricardo Carriço a Alexandra Lencastre, passando pela apresentadora Fátima Lopes ou a manequim Luísa Beirão, brincam com os fotógrafos. A sala principal de desfiles reorganiza-se a cada estação e desta vez ocupa menos espaço no centro do Pátio da Galé, distribuindo os desfiles da plataforma de micromarcas LAB para um salão na Praça do Município.
Não sendo business as usual, é business casual e com um toque sportswear na passerelle. Catarina Oliveira já praticava esse desporto do pronto-a-vestir e foi directa na escolha de materiais que podemos ver nas camisolas de jogo de um basquetebolista ou de um jogador de futebol americano, em silhuetas quadrangulares para o menino e, novidade, para a menina. Vestidos, calções, macacões, espaço dentro deles, azul eléctrico. Ricardo Preto, mais experiente mas não tão conhecido pelo seu vestuário masculino, fechou uma noite de sala cheia com uma colecção de peças para “o homem urbano” – o nome é Walk on By, mas estacionado na funcionalidade. Já Morecco, ou João Magalhães, levou cores, brilhos acetinados e styling glam e de uma certa Ásia a uma plateia algo distante das suas referências.
Ainda caía a tarde quando o concurso Sangue Novo começava, e o sportswear marcava pontos outra vez. A visão niilista da realidade de João Barriga, com o preto do Blackout como escudo do mundo em peças de roupa oversize, sem género, com t-shirts, piercings, correntes, isqueiros em bolsos e cigarros no canto da boca venceu o prémio de um workshop de oito semanas em Milão da escola de moda Domus Academy, e uma bolsa de estudo de cinco mil euros do patrocinador oficial da ModaLisboa. O Knock Out de Ana Duarte, com fitas na cabeça e luvas de boxe a tiracolo, teve cetim em calções e tecidos fluidos. "Uma versão de luxo desportivo", explica no descritivo da colecção, que a leva até ao LAB na próxima estação.
João Oliveira, com os seus casacos bomber oversize e em diversos materiais, com cordas, foi o escolhido para representar Portugal no festival holandês FashionClash em Junho de 2017, com o qual a organização da ModaLisboa tem uma parceria há dois anos.
Numa sala cheia, apesar das obras nos eixos circundantes e com o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, na primeira fila, houve outros designers com Sangue Novo: Carolina Machado apresentou neutros com um brilho dourado suave em vestidos com fitas compridas; M Hka mostrou gangas oversize com recortes a desvendar estampados de rosas; Hermione Flynn, do FashionClash, envolveu os modelos em túnicas pretas confortáveis, com bolsos grandes; Inês Silva trabalhou os recortes e as transparências em organza; Cátia Moreira vestiu as suas modelos negras com vestidos brancos estruturados em neoprene; Micaela Sapinho pediu Free the nipple ("libertem o mamilo", numa referência à polémica sobre a censura da figura feminina nas redes sociais) em cartazes, com macacões com mamilos estampados; Daniela Ciolan pôs flores naturais nos bolsos dos casacos e Sofiya Malichenko trouxe uma Manipulation com folhos e aplicações de flores 3D em camisas plissadas.
A 47.ª ModaLisboa prossegue sábado com Nuno Gama, Dino Alves, Christophe Sauval e Cia Marítima, entre outros.