Manifestação dos taxistas: PSP aconselha a ligar o 112 em "caso de emergência"

Taxistas acusam PSP de querer partir manifestação aos bocados. “Se ninguém nos der respostas satisfatórias dormiremos em São Bento”, afiança dirigente do sector.

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lm miguel manso

Os taxistas que se vão manifestar na próxima segunda-feira em Lisboa contra as plataformas electrónicas que estão ligadas ao transporte de passageiros, como a Uber, estão contra as restrições de circulação que lhes foram impostas pela PSP para esse dia.<_o3a_p>

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Os taxistas que se vão manifestar na próxima segunda-feira em Lisboa contra as plataformas electrónicas que estão ligadas ao transporte de passageiros, como a Uber, estão contra as restrições de circulação que lhes foram impostas pela PSP para esse dia.<_o3a_p>

“A polícia quer fragilizar o impacto do protesto. No caso dos táxis que vêm do Sul do país, quer parti-los aos bocados, impondo que atravessem a ponte em grupos de 30 ou 40. No caso dos carros que vêm do Norte, quer escondê-los na cauda da manifestação, impedindo-os de entrar em Lisboa pela Segunda Circular. Se alguém perder as estribeiras ainda vai haver complicações”, antevê o presidente da Federação Portuguesa do Táxi, Carlos Ramos. A PSP responde que só quer impedir que os prejuízos à circulação rodoviária na cidade sejam ainda maiores.

<_o3a_p>E poderão vir a sê-lo, admite outro dirigente da mesma federação, Rudolfo Melo: "Pode acontecer que quando forem obrigados pela polícia a sair da A1 os taxistas vindos do Norte saiam dos carros fechem as portas", bloqueando a estrada. Mas não será por indicação da federação, assegura: "Ninguém será responsável pelos actos dos outros. Cada um será responsável por si. Se quiséssemos fazer parar a cidade fá-lo-íamos, mas estamos a apelar aos colegas para terem calma."

A ideia dos manifestantes é concentrarem-se todos no Parque das Nações, logo de manhã, seguindo em marcha lenta cidade fora, pelas 8h30, até à Assembleia da República. Carlos Ramos explica que acederam ao pedido da PSP para não levarem os carros até ao Parlamento. “Deixá-los-emos estacionados na Av. 24 de Julho – que não vai ser suficiente, porque estamos à espera de metade da frota nacional, ou seja, de cerca de seis mil automóveis – e seguiremos a pé até à Assembleia.” Quando desmobilizarão, ignora-se: “Se ninguém nos der respostas satisfatórias dormiremos em São Bento”, afiança o dirigente do sector, que ainda tem esperança de que a polícia reduza as suas exigências no que diz respeito aos motoristas vindos do sul do país.

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Entretanto, a Associação Nacional dos Transportadores em Automóveis Ligeiros (ANTRAL) demarcou-se de eventuais "situações de ameaças e violência" na manifestação. "A ANTRAL rejeita todo o tipo de violência e apela para que a manifestação seja pacífica, ordeira [e] que sirva para mostrar os nossos pontos de vista contra a ilegalidade", afirmou, em comunicado, o presidente da associação, Florêncio de Almeida.

No protesto marcarão também presença duas delegações espanholas de taxistas, vindos de Madrid e de Barcelona, representantes da Confederação de Pequenas e Médias Empresas e sindicatos do sector rodoviário.

"Em caso de emergência ligue o 112"

Muitas dezenas de agentes da PSP, incluindo homens do Corpo de Intervenção, vão estar mobilizados para acompanhar o protesto e evitar desordens públicas. Como é habitual, a polícia não revela quantos agentes colocará no terreno, mas adianta que Lisboa será reforçada com operacionais vindos do Porto, Setúbal e Faro. Uns estarão de motorizada, outros com cães, outros ainda a pé. Além do Corpo de Intervenção, estarão em campo, em pontos considerados estratégicos, equipas de intervenção rápida e de reacção imediata.

Como infra-estrutura sensível que é ao nível da segurança interna, a ponte sobre o Tejo merecerá uma atenção especial. A PSP tentará que a circulação na travessia não fique bloqueada à passagem dos taxistas. Já a intenção dos manifestantes de dormirem junto à Assembleia da República parece não preocupar a polícia. "Não temos qualquer intenção de o impedir", refere um porta-voz do comando metropolitano de Lisboa da corporação.

Os cidadãos são aconselhados a usar preferencialmente os transportes públicos nas deslocações que fizerem nesse dia. "Existirão polícias a proceder ao desvio do trânsito, informando os condutores das alternativas" aos percursos habituais, refere o comando metropolitano em comunicado. "Se considerar necessária a intervenção das autoridades policiais, não hesite em pedir a colaboração de qualquer agente de autoridade através do telefone 217 654 242, ou em caso de emergência, ligue 112", aconselha a PSP.

ANA alerta para condicionamentos

Também nesta sexta-feira, a ANA – Aeroportos de Portugal alertou para os condicionamentos de trânsito previstos para segunda-feira em Lisboa, devido à marcha lenta de protesto dos taxistas, e recomendou a utilização do metro para as deslocações ao Aeroporto Humberto Delgado.

“É previsível que, pelo número de participantes que a acção irá envolver e respectivo trajecto, a circulação nas zonas limítrofes do aeroporto venha a ser significativamente afectada durante o dia”, refere a gestora aeroportuária.

Por isso, acrescenta, “a direcção do Aeroporto de Lisboa sugere a todos quantos se pretendam deslocar do e para o aeroporto que o façam preferencialmente utilizando o metro”.

É recomendado que os passageiros com voos marcados programem as suas deslocações tendo em conta os condicionamentos do trânsito.com Lusa

ana.henriques@publico.pt<_o3a_p>

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