Iberanime: dois dias de Japão com lotação quase esgotada
A cultura pop japonesa é celebrada este fim-de-semana na Alfândega, onde são esperadas 12 mil pessoas para a 7.ª edição do Iberanime Porto O evento está praticamente esgotado. Já só há bilhetes para domingo
É possível que a partir da manhã deste sábado e até ao final do dia de domingo, perto da Alfândega do Porto, possa encontrar vários clones de Naruto, Son Goku ou de outras personagens de séries de animação japonesa (anime) como o One Piece, Death Note ou dos mais conhecidos Pókemons, de quem milhares de pessoas andam atrás, de há uns meses para cá. O fenómeno chama-se cosplay e é apenas uma vertente de um evento que tem como mote a cultura pop japonesa. Quase esgotado, são 12 mil os aficionados que se vão deslocar à zona ribeirinha da cidade, para onde o Iberanime foi transferido, após seis edições entre Gondomar e o Pavilhão Rosa Mota.
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É possível que a partir da manhã deste sábado e até ao final do dia de domingo, perto da Alfândega do Porto, possa encontrar vários clones de Naruto, Son Goku ou de outras personagens de séries de animação japonesa (anime) como o One Piece, Death Note ou dos mais conhecidos Pókemons, de quem milhares de pessoas andam atrás, de há uns meses para cá. O fenómeno chama-se cosplay e é apenas uma vertente de um evento que tem como mote a cultura pop japonesa. Quase esgotado, são 12 mil os aficionados que se vão deslocar à zona ribeirinha da cidade, para onde o Iberanime foi transferido, após seis edições entre Gondomar e o Pavilhão Rosa Mota.
Será redutor resumir este evento à arte de encarnar personagens de anime. Mas esta é, de facto, uma actividade levada a cabo por cerca de 70 por cento dos visitantes, como explica Marta Albuquerque, da organização. O cosplay, abreviatura do inglês costume play, é para a maioria uma actividade lúdica. Quem a pratica vê no evento “um porto seguro para o poder fazer”, refere, já que na rua “nem sempre é fácil passar despercebido, sem alguém lançar uma boca”. Se há uma década “eram meia-dúzia”, os que se mascaravam como personagens de anime, “hoje perde-se a conta”, como o próprio evento pode confirmar. E há também quem leve a actividade um pouco mais a sério.
Marta Albuquerque refere existir em Portugal profissionais do cosplay, que vivem exclusivamente dessa actividade: “São poucos, mas há portugueses a serem contratados para fazerem figuração em eventos internacionais”, afirma, e explica que também existem concursos com prémios com “valores muito apelativos”. De resto, durante o fim-de-semana, parte integrante da programação é a eliminatória que vai decidir qual o português ou portuguesa que vai representar Portugal na final do World Cosplay Summit, em Nagoya, no Japão. Ainda nos concursos do género há o Cosplay World Master, que vai trazer ao Porto, em competição, duplas de todo o mundo.
Desde o início do evento, esta será a edição que trará mais gente ao Porto, que passará dos habituais sete mil visitantes para os 12 mil. A meio da última semana os bilhetes para os dois dias e para sábado esgotaram. A organização alugou mais uma sala da Alfândega, que permitiu alargar a oferta para mais 500 bilhetes, que voltaram a esgotar no espaço de um dia. Até à tarde desta sexta-feira, ainda havia bilhetes para domingo, mas de acordo com a organização a previsão é de que o evento esgotará.
Este aumento na procura de bilhetes estará, de acordo com Marta Albuquerque, relacionada com a mudança do recinto do evento, que nos últimos anos tem sido realizado no Pavilhão de Gondomar, para uma zona mais central, mais próxima da baixa portuense.
Fenómeno recente em Portugal
Portugal, sobretudo após o 25 de Abril de 1974, é um país cuja influência externa no âmbito da cultura pop se aproxima mais da dos países anglo-saxónicos. Há cerca de 20 anos, quando a série Dragon Ball se estreou em Portugal, foi-se abrindo uma porta, ainda que lentamente, para as séries de animação com origem no Japão.
É certo que anteriormente já tinham sido transmitidas outras animações com origem no mesmo país, mas num género e numa escala completamente diferente. Durante os 20 anos seguintes, após o impacto que a série Dragon Ball teve no nosso país, e com o acesso à Internet, o interesse pela manga (banda desenhada japonesa) e pela anime foi crescendo paulatinamente.
Este fenómeno recente, visível na abertura de vários espaços dedicados à cultura japonesa no Porto, explica a média de idades do público que mais frequenta o Iberanime, que de uma forma geral pertence a uma faixa etária juvenil ou jovem adulta. No entanto, segundo a organizadora, há visitantes com mais idade e a tendência será, que a média aumente, tendo em conta que o público que aparece desde o início vai ficando, também, mais velho.
À imagem do que acontece todos os anos, o espaço estará dividido por sectores, sendo que este ano há uma novidade. Às áreas de J-POP, Cultura Tradicional Japonesa e IA!Plus, junta-se uma nova zona de gaming, como já aconteceu em Maio, na edição de Lisboa.
Até ao final do dia de domingo, pelos vários sectores, vai haver concursos de cosplay e de karaoke, dança sincronizada, concertos de rock japonês, competições de noodles, para ver quem os come mais rápido, ou competições de vídeo-jogos. Será possível ainda aprender mais sobre artes marciais, terapias orientais, origami ou sobre a língua e a caligrafia em workshops que explicam como viver e estudar na Terra do Sol Nascente. Presentes no evento vão estar o animador gráfico Edo Haruma, e Reika que, de acordo com os responsáveis pelo evento, é uma das cosplayers mais conhecidas no mundo.