Polícia italiana detém chefe da máfia escondido atrás de um armário
Antonio Pelle, condenado a 20 anos de prisão por associação criminosa e tráfico de droga e armas, tinha fugido do hospital em 2011. A partir do esconderijo continuava a liderar o seu clã.
Cinquenta polícias tinham vasculhado durante várias horas a casa, uma vivenda de dois andares na cidade de Benestare, na região sul de Reggio Calabria, na sola da bota que é o mapa italiano, e não tinham encontrado nada de anormal. Até que um deles começou a tirar medidas, a olho, à largura do armário do quarto do rapaz e achou que a parede da casa de banho estava demasiado longe.
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Cinquenta polícias tinham vasculhado durante várias horas a casa, uma vivenda de dois andares na cidade de Benestare, na região sul de Reggio Calabria, na sola da bota que é o mapa italiano, e não tinham encontrado nada de anormal. Até que um deles começou a tirar medidas, a olho, à largura do armário do quarto do rapaz e achou que a parede da casa de banho estava demasiado longe.
Afinal, atrás do armário havia um espaço: um refúgio onde estava escondido o dono da casa, um chefe da máfia calabresa que escapara do hospital em 2011 e que era procurado desde então. Acabou detido sem glória. Antonio Pelle, de 54 anos, fora preso e condenado em 2008 por associação criminosa e tráfico de drogas e armas a uma pena de 20 anos de prisão.
Três anos depois, conseguira fugir quando foi mandado para as urgências do hospital de Locri, a 20 quilómetros da sua casa, para receber tratamento médico. Por estar demasiado magro, conseguira convencer os responsáveis da prisão de que estava doente, mas depois percebeu-se que andava a tomar medicamentos para emagrecer, contam as agências de notícias.
Nestes anos, a polícia foi apertando o cerco, até se concentrar na casa. “Isto confirma a teoria de que o patrão nunca anda muito longe do seu território caseiro”, afirmou o oficial Francesco Ratta, da esquadra de Reggio Calabria. Pelle estava na lista das autoridades italianas dos mafiosos fugitivos mais perigosos .
Antonio Pelle, que usava o cognome de Mama, é o cabecilha do clã Pelle-Vottari da mafia calabresa ‘Ndrangheta. O seu clã domina a cidade de San Luca e tem como rival o clã Nirta-Strangio que chamou a atenção internacional para o poder da máfia daquela região italiana – sustentada à conta do tráfico de cocaína a partir da América do Sul – quando em 2007 matou seis pessoas num restaurante italiano em Duisburg, na Alemanha.