António Guterres aclamado como novo secretário-geral da ONU
O português vai suceder a Ban Ki-moon e entra em funções a 1 de Janeiro.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas indicou formalmente o nome de António Guterres para o cargo de secretário-geral da ONU. O anúncio foi feito nesta quinta-feira, em Nova Iorque.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas indicou formalmente o nome de António Guterres para o cargo de secretário-geral da ONU. O anúncio foi feito nesta quinta-feira, em Nova Iorque.
Depois da conferência de imprensa de quarta-feira, em que os membros do conselho demonstraram o seu apoio unânime à candidatura do português, não é propriamente uma novidade, mas é certamente um momento histórico.
A Assembleia Geral da ONU deverá, segundo a Reuters, reunir-se na próxima semana para ratificar o nome do português.
No encontro com a imprensa a seguir à reunião à porta fechada desta quinta-feira em que o Conselho de Segurança da ONU formalizou a escolha de António Guterres, o embaixador russo nas Nações Unidas, Vitaly Churkin, quis destacar “o processo muito claro de unanimidade” dentro daquele órgão.
“O mais importante é este sentido de unanimidade e unidade do conselho, que espero que seja também veiculado pela Assembleia Geral da ONU”, afirmou o responsável russo, que ocupa neste momento a presidência do conselho.
Questionado pela imprensa sobre qual espera que seja o eixo da actuação de António Guterres, Churkin foi taxativo: “Trata-se de um homem muito empenhado e inteligente, não posso falar por ele.”
Sem querer adiantar qual o impulso que espera de Guterres em dossiers específicos como a Síria ou a Ucrânia, o embaixador russo prosseguiu no elogio ao novo líder da ONU, um homem de “muitas qualidades”: “Tem grandes credenciais ao nível da ONU, viajou por todo o mundo, e viu as coisas mais horríveis; é um político de alto nível, que fala com toda a gente e escuta toda a gente e expressa francamente a sua opinião, é uma excelente escolha.” Momentos antes desta votação decisiva já o embaixador da França nas Nações Unidas, François Delattre, tinha afirmado que Guterres era “o líder certo” e o homem capaz de “juntar a comunidade de nações”.
Mas desde quarta-feira que os elogios e felicitações a António Guterres vinham surgindo de dentro do Conselho de Segurança.
Guterres vai trazer “a liderança, a visão e o sentido de missão de que as Nações Unidas precisam”, afirmou na quarta-feira no Twitter o embaixador do Reino Unido na ONU, Matthew Rycroft. O Reino Unido, tal como a China, França, Rússia e Estados Unidos fazem parte do grupo de cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. Nenhum destes países vetou a candidatura de António Guterres.
“Foi um dia de união, um dia em que nos unimos em torno de alguém que se apresentou como o mais qualificado, o mais experiente e a melhor pessoa para o cargo”, afirmou, por seu turno, a embaixadora norte-americana nas Nações Unidas, Samantha Power, a seguir ao anúncio da recomendação de Guterres pela voz do embaixador russo, Vitaly Churkin.
À sexta votação, o candidato português recebeu 13 votos favoráveis e duas abstenções dos 15 membros do Conselho de Segurança da ONU.
“Conheço muito bem Guterres e considero-o uma escolha excelente”, afirmou esta quinta-feira o actual secretário-geral, Ban Ki-moon, depois de um encontro em Roma com o Presidente italiano. “A sua experiência como primeiro-ministro português, o seu vasto conhecimento do mundo e o seu intelecto brilhante vão servi-lo bem na liderança das Nações Unidas neste período decisivo”, realçou o sul-coreano, citado pela Reuters.