Plataforma europeia para a digitalização da economia e indústria criada em 2017
Portugal é um dos oito países da União Europeia que já têm um programa para promover a digitalização das economias e das indústrias
O comissário da Economia e Sociedades Digitais, Günther Oettinger, anunciou a criação de uma plataforma europeia no primeiro semestre do próximo ano com os 28 Estados-Membros para a digitalização das economias e das indústrias.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O comissário da Economia e Sociedades Digitais, Günther Oettinger, anunciou a criação de uma plataforma europeia no primeiro semestre do próximo ano com os 28 Estados-Membros para a digitalização das economias e das indústrias.
O comissário disse que actualmente oito a dez países da União Europeia têm programas destes, entre eles Portugal com o Indústria 4.0, a par de França, Alemanha, Holanda e Reino Unido, mas avançou que a expectativa "é que antes do Verão do próximo ano" existam 28 plataformas comparáveis para digitalização das economias e indústria, "com públicos e privados e em estreita colaboração com o Governo e parceiros industriais".
"Tivemos uma primeira reunião como todos estes governos, e os que já têm plataformas, há duas semanas e contamos que a criação da plataforma europeia seja no primeiro semestre do próximo ano", disse.
Oettinger explicou que está em contacto com os ministros europeus no Conselho para "uma agenda estrita, mas clara" em diversas áreas, como a investigação e a robótica.
"Temos de investir aqui milhões e nenhum país sozinho ou uma empresa sozinha consegue fazer esse investimento, mas juntos conseguirão chegar a uma posição de liderança", disse o comissário, explicando que terá de haver uma 'estandardização' da linguagem e também uma conectividade sem fronteiras, ou seja, uma "dimensão pan-europeia das infra-estruturas".
O ministro da Economia português, Manuel Caldeira Cabral, aproveitou para lembrar o programa Indústria 4.0, lançado há meses e que recebe o apoio da Comissão Europeia, afirmando que "Portugal é um dos 8 a 10 países que já estão a fazer a digitalização, surge nesta área à frente e empenhou-se em consolidar uma agenda digital".
As declarações dos dois responsáveis foram feitas à margem da conferência sobre o Mercado Único Digital da União Europeia e depois de uma reunião bilateral.
"Neste encontro, tivemos um convite para que uma delegação técnica vá desde já e até ao fim do ano ter encontros com a Comissão Europeia para melhorar uma coordenação que tem de haver entre a estratégia nacional e a europeia", adiantou Caldeira Cabral.
A conferência integra-se na Iniciativa «Going Local» da Comissão Europeia, que hoje decorre em Lisboa, dividida em quatro 'workshops': Melhoria do Ambiente Industrial/Empresarial, E-Government e Simplificação Administrativa, Cultura e Comércio e Ciência e Tecnologia.
O Comissário europeu reúne-se ainda num almoço de trabalho com membros do Governo, representantes do Comité Estratégico da Iniciativa Indústria 4.0, que inclui empresas como a Google, Huawei, PT, Siemens e Volkswagen Autoeuropa, onde será abordada a estratégia de Portugal para a quarta Revolução Industrial.
A iniciativa Indústria 4.0 foi apresentada em Abril de 2016, num encontro que contou com a presença do Primeiro-Ministro e reuniu mais de 300 empresários de todo o país.
No âmbito desta iniciativa, cerca de 80 empresas portuguesas têm estado, juntamente com o Governo, a COTEC, a CIP, o Turismo de Portugal e o IAPMEI, a delinear uma estratégia nacional para a indústria.