Lesados do papel comercial do BES conhecerão solução até final do ano
Avanço da proposta dependerá da sua aceitação por um número considerável de clientes.
O grupo de trabalho informal constituído para encontrar uma solução para os lesados do papel comercial do Grupo Espírito Santos (GES), vendido aos balcões do BES, comprometeu-se nesta segunda-feira a apresentar uma solução concreta antes do final do ano.
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O grupo de trabalho informal constituído para encontrar uma solução para os lesados do papel comercial do Grupo Espírito Santos (GES), vendido aos balcões do BES, comprometeu-se nesta segunda-feira a apresentar uma solução concreta antes do final do ano.
Depois de vários meses de derrapagem face à data inicialmente prevista (final de Maio), a definição deste prazo é um avanço, já que significa a sua aceitação por parte do Ministério das Finanças. A solução deverá estar aprovada ou rejeitada até Dezembro.
A decisão dos clientes face à proposta, que pretende minimizar as perdas dos investidores não qualificados (com menores conhecimentos e menor valor aplicado), será individual.
Embora revestindo-se de alguma complexidade técnica, é expectável que a solução encontrada pelo grupo de trabalho que junta representantes do Governo, do Banco de Portugal, da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, do BES e da AIEPC - Associação de Indignados e Enganados do Papel Comercial, permita recuperar 75% do montante aplicado por cliente até 500 mil euros, tendo como tecto máximo 250 mil euros (abrangendo a maioria dos clientes). Acima dos 500 mil euros, o cenário é de recuperar até 50% do montante em causa.
“Apesar de alguma complexidade, os integrantes do grupo de trabalho procurarão que as tarefas de acerto e concretização dos aspectos técnicos do possível modelo de solução se concluam em período de tempo que permita vir a colocar esta à consideração individual de cada um dos investidores não qualificados até ao final do ano”, pode ler-se num comunicado a que o PÚBLICO teve acesso.
O comunicado volta a destacar os clientes para que “na pendência das referidas tarefas não devem os investidores deixar de exercer todos os direitos de que entendam ser titulares em razão das perdas sofridas, designadamente através da via judicial”, que se manterão em curso.
Em termos genéricos, a medida implica a criação de uma sociedade veículo, designado de fundo de indemnizações, que será financiada por várias entidades.
A derrocada do BES e de todo o Grupo Espírito Santo impediu até agora os clientes de recuperarem os valores aplicados em papel comercial.
Notícia corrigida: Foi rectificada a data para entrega das propostas aos clientes lesados do papel comercial.