Plataforma digital vai permitir maior eficácia no apoio ao sem-abrigo
Projecto da Comunidade Vida e Paz está a ser testado, mas os voluntários já podem registar o que fizeram nas suas rondas.
A Comunidade Vida e Paz, que apoia sem-abrigo de Lisboa, está a testar uma plataforma digital para promover a coordenação entre organizações. A ideia de criar uma ferramenta que substituísse trocas de informações feitas sobretudo através de papel e de telefonemas resultou na aidHound, que integra até meados de Outubro a fase de experimentação do projecto Smart Open Lisboa (SOL) e que participará na WebSummit de Lisboa, um dos principais eventos mundiais de inovação. <_o3a_p>
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A Comunidade Vida e Paz, que apoia sem-abrigo de Lisboa, está a testar uma plataforma digital para promover a coordenação entre organizações. A ideia de criar uma ferramenta que substituísse trocas de informações feitas sobretudo através de papel e de telefonemas resultou na aidHound, que integra até meados de Outubro a fase de experimentação do projecto Smart Open Lisboa (SOL) e que participará na WebSummit de Lisboa, um dos principais eventos mundiais de inovação. <_o3a_p>
O presidente da Comunidade Vida e Paz (CVP), Henrique Joaquim, resumiu à agência Lusa que a plataforma serve para "cuidar de quem cuida" — os voluntários —, além de detalhar perfis e percursos de pessoas sem-abrigo, para facilitar a intervenção de técnicos e "reconstruir sentidos de vida". "Em vez de andarmos a multiplicar e a sobrepor intervenções e abordagens à mesma pessoa, poderemos, se calhar, coordenar-nos melhor", acrescentou o responsável, indicando que a CVP não pretende ser a única organização a usar a aplicação. <_o3a_p>
"Não quer dizer que isto exclua outros, mas se calhar inclui, organiza-nos para termos um objectivo mais rápido que é: quanto mais rápido conseguirmos tirar aquela pessoa daquela situação, melhor. Quanto menos custos e menos recursos tivermos que gastar, melhor", argumentou. <_o3a_p>
Actualmente estão registados cerca de 500 voluntários e "umas boas dezenas de pessoas em situação de sem-abrigo". <_o3a_p>
Na versão ainda em teste já é possível ao voluntário fazer o relatório da ronda, registar quantas refeições foram fornecidas e o "mais importante: quantos contactos estabelece, quantos encaminhamentos faz e que sinalização faz", relatou Henrique Joaquim, explicando que uma sinalização significa que um voluntário indicou uma pessoa para apoio, a ser gerido pela equipa técnica. <_o3a_p>
É que o objectivo de mudar vidas continua, mas agora de outra forma. "No passado já lá chegávamos, mas aqui tem havido ganhos de eficiência muito grandes, com bons resultados para todas as partes, em primeiro lugar para as pessoas em situação de sem-abrigo", resumiu à Lusa. <_o3a_p>
Na lista de vantagens está a facilidade de consulta dos registos, por exemplo, por outra equipa de voluntários ou pela gestão da CVP, permitindo uma "ajuda mais assertiva, muito mais informada" e a optimização das intervenções, explica Pedro Pimentel, um dos autores da aidHound<_o3a_p>
Com o preenchimento de perfis de pessoas sem-abrigo, incluindo o local onde podem ser encontrados, pode-se lançar alertas vários, acrescentou, referindo que a aplicação inclui ainda áreas para formação e para acompanhar a trajectória de pessoas que passaram a ter apoio profissional. <_o3a_p>
Além de conceitos próprios da área de Gestão, a aidHound obrigou à inclusão de outros inerentes ao Direito, porque a privacidade também é prioritária. Assim, um voluntário pode ser excluído caso desrespeite o sigilo e o bom uso da informação recolhida, que apenas pode ser usada para ajudar a pessoa com a equipa da CVP, notou o dirigente da instituição. O projecto conta com a colaboração da Comissão Nacional de Protecção de Dados, acrescentou.<_o3a_p>