Donald Trump não desiste dos insultos a antiga Miss Universo

Candidato republicano promete continuar na ofensiva contra a sua rival. “Hillary é desagradável mas eu posso ser muito pior do que ela”, afirmou.

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Donald Trump Jonathan Ernst/Reuters

A campanha do candidato republicano à Casa Branca não consegue livrar-se da última polémica alimentada pelo próprio Donald Trump, nem desviar as atenções dos insultos e falsas acusações levantadas contra uma antiga Miss Universo, Alicia Machado, em mensagens publicadas no Twitter durante a madrugada – e que segundo a sua adversária democrata, Hillary Clinton, representam um novo mínimo, mesmo para os critérios de Trump.

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A campanha do candidato republicano à Casa Branca não consegue livrar-se da última polémica alimentada pelo próprio Donald Trump, nem desviar as atenções dos insultos e falsas acusações levantadas contra uma antiga Miss Universo, Alicia Machado, em mensagens publicadas no Twitter durante a madrugada – e que segundo a sua adversária democrata, Hillary Clinton, representam um novo mínimo, mesmo para os critérios de Trump.

Depois de passar toda a semana à defesa, a justificar-se depois da imprensa norte-americana ter noticiado que a sua empresa teria tentado furar o embargo comercial a Cuba e a sua fundação não tem licença para receber donativos financeiros, o magnata que concorre pelo Partido Republicano garantiu este sábado que no que diz respeito à controvérsia em torno do seu tratamento das mulheres, a parada vai subir e o alvo é Hillary Clinton. “Ela é desagradável, mas eu posso ser muito pior do que ela”, afirmou ao The New York Times.

Foi Hillary Clinton quem apresentou ao público norte-americano a nova arqui-inimiga de Trump: a jovem venezuelana Alicia Machado que foi coroada Miss Universo em 1996, e a quem o agora candidato republicano, detentor dos direitos do concurso de beleza, se referiu como “Miss Piggy” ou ainda “Miss Housekeeping” (num trocadilho que remete para as empregadas de limpeza do sector hoteleiro). As referências horrorizaram os comentadores, mas pareceram não incomodar Trump, que na sua própria defesa insistiu que a concorrente engordara brutalmente depois de vencer o concurso.

Depois, numa série de tweets, publicados às três da madrugada, Trump atirou mais achas para a fogueira. Nas primeiras tiradas contra a antiga Miss Universo, chamou-lhe “vigarista”, “nojenta” e “do piorio”. A seguir, carregou no tom e pôs em causa a sua idoneidade, acusando Machado de protagonizar vídeos pornográficos que recomendava os seus apoiantes a procurar (e que até ao momento ninguém conseguiu encontrar). Depois, também alegou que Hillary Clinton teria usado a sua influência para garantir a naturalização da venezuelana.

“Mas que tipo de homem fica acordado toda a noite para difamar uma mulher com mentiras e teorias da conspiração?”, reagiu a candidata democrata, que quando lançou o “isco” a Trump durante o primeiro debate presidencial talvez não esperasse retirar tantos dividendos políticos: as tiradas do republicano podem ter consequências em termos da alienação de importantes blocos de eleitores como são as mulheres e os hispânicos.

A piorar o cenário para Trump, no que diz respeito à sua credibilidade para atacar Machado, o site Buzzfeed desencantou um filme produzido pela Playboy no ano 2000, onde o candidato republicano faz uma aparição de 13 segundos. Trump aparece junto a uma limusine com o famoso logotipo da Playboy e ao lado de várias “playmates” – que noutras cenas surgem despidas, em posições sensuais. Apesar de estar classificado como “filme para adultos” ou “softcore porn”, não se trata de um vídeo pornográfico com imagens de actos sexuais.

Segundo disseram fontes da campanha de Trump à CNN, a ofensiva que está a ser preparada para a próxima semana vai pôr em contraste o comportamento do marido da candidata democrata e antigo Presidente, Bill Clinton, com as mulheres. “Hillary Clinton é casada com o maior abusador de mulheres da história da política, e ela sempre permitiu que isso acontecesse, atacando as mulheres que ele tratava mal. Penso que isso é um problema sério que tenciono assinalar no futuro”, confirmou Donald Trump.