Relatório sobre produtividade dos deputados incendeia bancada do PS
Direcção mandou fazer um relatório sobre assiduidade, número de intervenções e perguntas de cada deputado socialista.
Os deputados da bancada do PS (assim como os dos restantes grupos parlamentares) já sabiam que os serviços da Assembleia da República registavam todas as suas faltas, intervenções em plenário, presenças em comissões, requerimentos entregues e perguntas formuladas. O que não sabiam é que a direcção do grupo parlamentar, liderada por Carlos César, também havia encomendado um relatório sobre a produtividade dos socialistas.
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Os deputados da bancada do PS (assim como os dos restantes grupos parlamentares) já sabiam que os serviços da Assembleia da República registavam todas as suas faltas, intervenções em plenário, presenças em comissões, requerimentos entregues e perguntas formuladas. O que não sabiam é que a direcção do grupo parlamentar, liderada por Carlos César, também havia encomendado um relatório sobre a produtividade dos socialistas.
A existência do relatório foi noticiada pela agência Lusa, que logo deu conta das críticas que se seguiram, numa reunião do grupo parlamentar. De acordo com a Lusa, duas das intervenções mais duras consideraram o acto "antidemocrático" e "lamentável" e foram assumidas por Hortense Martins e Sérgio Sousa Pinto. Outros como Maria da Luz Rosinha, Porfírio Silva e Maria Antónia Almeida Santos (todos eles membros do Secretariado Nacional do PS) e Isabel Moreira, Joaquim Raposo e Vanda Guimarães terão reagido de forma considerada intempestiva pela fonte da direcção citada pela agência (“Foi uma tempestade num copo de água”).
Na nota introdutória ao estudo, Carlos César (que não participou na reunião da bancada por ter ido ao Conselho de Estado) defendeu que o estudo sobre a produtividade dos deputados socialistas constitui um instrumento de trabalho para reflexão sobre mudanças ou novos procedimentos no funcionamento da sua bancada. “Os documentos, que hoje se distribuem pretendem ser não apenas um inventário possível, ainda que não exaustivo, do trabalho realizado, mas também - ou sobretudo - um instrumento útil de trabalho para reflexão sobre mudanças ou novos procedimentos a adotar, sempre tendo em vista o melhor funcionamento do grupo e de cada um dos deputados”, escreveu César que concluía com um repto: “Podemos, todavia, ser melhores”.
"O relatório elaborado pelos serviços do Grupo Parlamentar do PS limita-se a compilar dados já constantes no site da Assembleia da República. Não há qualquer apreciação qualitativa sobre a produtividade de cada deputado", alegou ainda o mesmo membro da direção da bancada socialista, citado pela Lusa.
Como a questão deste relatório foi levantada sem a presença de Carlos César na reunião, Ana Catarina Mendes, na qualidade de "primeira vice-presidente" da bancada socialista, remeteu o debate para uma próxima reunião plenária do Grupo Parlamentar do PS. com Lusa