Vamos querer ouvir o que a Voyager transportou para o cosmos?
A editora Ozma lançou uma campanha de crowdfunding para editar em vinil a música e os sons que, em 1977, a NASA enviou em duas sondas. Quarenta anos depois, continuam a viajar universo fora.
Mas, afinal, qual é o problema? Querem ouvir o que está guardado na cápsula que explica toda a Humanidade às civilizações que, hipoteticamente, se escondem em galáxias distantes? Querem ouvir aquilo que a NASA preservou em som e imagem em dois discos dourados (conteúdo seleccionado por uma equipa liderada por Carl Sagan), alojados em cada uma das duas sondas Voyager que, em 1977, foram lançadas em viagem pelos cosmos? O que vos impede? Não custa nada. Basta viajar cerca de 20 mil milhões de quilómetros (no caso da Voyager 1, já fora do nosso sistema solar), ou meros 16 mil milhões de quilómetros (no caso da Voyager 2), e pôr as mãos nos discos criados para serem ouvidos por alienígenas. Hmmm…, se calhar é mesmo um problema. Felizmente, a Ozma Records veio em nosso auxílio.
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Mas, afinal, qual é o problema? Querem ouvir o que está guardado na cápsula que explica toda a Humanidade às civilizações que, hipoteticamente, se escondem em galáxias distantes? Querem ouvir aquilo que a NASA preservou em som e imagem em dois discos dourados (conteúdo seleccionado por uma equipa liderada por Carl Sagan), alojados em cada uma das duas sondas Voyager que, em 1977, foram lançadas em viagem pelos cosmos? O que vos impede? Não custa nada. Basta viajar cerca de 20 mil milhões de quilómetros (no caso da Voyager 1, já fora do nosso sistema solar), ou meros 16 mil milhões de quilómetros (no caso da Voyager 2), e pôr as mãos nos discos criados para serem ouvidos por alienígenas. Hmmm…, se calhar é mesmo um problema. Felizmente, a Ozma Records veio em nosso auxílio.
Sedeada em São Francisco, a editora lançou uma campanha de angariação de fundos através da plataforma Kickstarter para fazer a edição em vinil do disco mais raro de todos – nem Carl Sagan, o seu criador, tinha uma cópia dele. E o que encontramos no Voyager Golden Record? O rock’n’roll de Chuck Berry e o blues de Blind Willie Johnson, os sons de música criada electronicamente, mas também percussões senegalesas, cânticos polifónicos zairenses e a música imortal de Bach, Mozart ou Beethoven. Os sons da natureza que nos rodeia – ventos e relâmpagos, vulcões e riachos –, e vozes humanas saudando em 55 línguas diferentes quem quer que possa estar lá muito longe.
A Ozma trabalha neste momento com o produtor original do disco, Timothy Ferris, tendo em vista o lançamento do álbum em 2017, para coincidir com os 40 anos passados desde o lançamento das Voyager. Tratar-se-á de uma caixa com três vinis contendo o material sónico, acrescido de um livro com as imagens alojadas na sonda e com aquelas que esta foi enviando para a Terra ao longo da viagem. Tudo isto para nos poupar o trabalho de tirar uns dias de folga para viajar 20 mil milhões de quilómetros (ou meros 16 mil milhões).