Marcelo lança o repto para a aposta numa revolução dos jovens

Em Carcavelos, o Presidente da República exaltou a necessidade de "um país jovem", com projectos inovadores por parte dos mais novos que lancem o país no futuro.

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Daniel Rocha

O Presidente da República apelou esta terça-feira à continuidade da "revolução silenciosa" iniciada num passado recente, com a aposta num país jovem, com novas empresas e projectos de pesquisa e investigação.

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O Presidente da República apelou esta terça-feira à continuidade da "revolução silenciosa" iniciada num passado recente, com a aposta num país jovem, com novas empresas e projectos de pesquisa e investigação.

"Este país merece a revolução silenciosa iniciada num passado recente, merece, não nos podemos resignar à ideia de um país envelhecido, temos de apostar num país jovem, num país de futuro", afirmou o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, numa intervenção na cerimónia que marcou o arranque da construção do novo campus da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, que será construído em Carcavelos, no concelho de Cascais.

Uma "revolução silenciosa" que está a acontecer entre os jovens, com novas empresas - as chamadas startup - com projectos empresariais de pesquisa e investigação que saem das universidades ou estão ligadas a outros centros de saber e que "se têm multiplicado nos últimos quatro, cinco anos em Portugal e que se vão multiplicar no futuro", acrescentou depois aos jornalistas no final da cerimónia.

"Houve a capacidade de ver isso e arrancar com o processo, agora é preciso que não pare porque os Presidentes mudam, os governos mudam, mas o país fica", vincou o chefe de Estado, ainda durante a breve intervenção que fez na cerimónia que marcou o arranque da construção do novo campus universitário.

No discurso, o Presidente da República recuperou as ideias que tinha defendido na segunda-feira a propósito da necessidade de previsibilidade, insistindo que em todos os planos a postura do Estado deve ser a mesma.

"Nada pior do que cada vez que chega um Governo, mudar de supetão a política vigente, quando a durabilidade e a previsibilidade são fundamentais para todos os intervenientes do sistema, isso aplica-se em geral ao país e aplica-se a este processo", defendeu, recordando que o arranque do projecto de construção do novo campus universitário aconteceu quando o anterior governo PSD/CDS-PP estava em funções, tal como a iniciativa "Web Summit", que irá decorrer em Novembro.

"E não dissocio o arranque de hoje dessa revolução silenciosa presente nas startup, nas micro empresas, em muitas pequenas e médias empresas, ligadas a universidades, ligadas a centros de investigação que são outro país que está a mover-se, um outro país, porventura mais jovem e mais virado para o futuro, mas que só tem condições para se afirmar se não houver alterações de orientação política sensível quando os titulares dos órgãos do poder político mudam. Essa é uma lição boa para o país", vincou.

Carreiras, o "grande" autarca

Na sua intervenção, Marcelo Rebelo de Sousa deixou ainda palavras elogiosas para o presidente da câmara municipal de Cascais, que considerou ser "um grande presidente de câmara".

"Um Presidente da República por definição não formula juízos de valor sobre os autarcas, por maioria de razão a um ano das autárquicas, mas formula juízos de facto e é um facto que o presidente da câmara municipal de Cascais é um grande presidente de câmara, não é uma questão que seja controversa, não é do domínio do juízo de valor, é em quantidade e qualidade de obra feita, do domínio do juízo de facto", disse, sublinhando a visão de futuro de Carlos Carreiras.

Um presidente de câmara que, continuou, neste processo da construção do novo campus universitário ultrapassou as dificuldades e burocracias todas. "E aquelas que restem naturalmente ultrapassará serenamente (…), as que tiverem a ver com a administração central e com os planos vigentes, as que tiverem a ver com a Aliança Atlântica e a proximidade da NATO, as que tiverem a ver com as decisões judiciais, tudo isso resolverá a contento", acrescentou, numa referência ao processo de expropriação dos terrenos onde será construído o campus universitário, que está em tribunal.