“Somos muito americanos” a ver séries e vêm aí MacGyver, zombies e hip hop na Fox
Nunca houve tantas séries e portugueses preferem as dos generalistas como Havai Força Especial ou Anatomia de Grey. Canais Fox trazem Atlanta, A Rainha do Sul, e mais American Crime Story.
Só nos canais Fox e até ao final do ano há cerca de 80 séries no ar, com as novidades iminentes a espelhar a produção actual – há os regressos dos fenómenos de culto de massas como Walking Dead, os reboots de títulos já conhecidos com novas caras como MacGyver, super-heróis da Marvel ou comédias acabadas de estrear como Atlanta. E, claro, as respostas aos gostos dos portugueses: “Somos muito americanos”, diz o director de programação dos canais Fox, e fãs das séries dos generalistas dos EUA - “Uma Família Muito Moderna, Havai Força Especial, Anatomia de Grey”, revela Luís Fernambuco.
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Só nos canais Fox e até ao final do ano há cerca de 80 séries no ar, com as novidades iminentes a espelhar a produção actual – há os regressos dos fenómenos de culto de massas como Walking Dead, os reboots de títulos já conhecidos com novas caras como MacGyver, super-heróis da Marvel ou comédias acabadas de estrear como Atlanta. E, claro, as respostas aos gostos dos portugueses: “Somos muito americanos”, diz o director de programação dos canais Fox, e fãs das séries dos generalistas dos EUA - “Uma Família Muito Moderna, Havai Força Especial, Anatomia de Grey”, revela Luís Fernambuco.
A época é de ouro (e americana) e nunca houve tanta televisão porque nunca houve tantos canais. Tanta oferta no formato do momento, as séries, “tem coisas boas e tem coisas más – para quem produz, para os actores, para nós, é fantástico porque temos mais por onde escolher. Mas no ano passado havia mais de 400 séries em exibição só nos EUA”, lembra ao PÚBLICO Fernambuco, que em Março assumiu o cargo na Fox. E o lado menos bom é que “as pessoas pura e simplesmente não têm tempo para ver tudo e é aí que canais” como os que representa, argumenta, agem como filtros ao "seleccionar o conteúdo que acreditamos que os portugueses gostam de ver”.
Nunca houve tanta televisão como em 2016
Um palato de “americanos de network - as televisões abertas [generalistas] nos EUA -, que são muitas vezes as séries mais vistas em Portugal”, diz, elencando aqueles títulos no drama, no policial e na comédia de grande consumo, e aos quais se juntarão títulos como Investigação Criminal, por exemplo. “Temos a tendência para gostar mais de um consumo mais fácil, que é o da televisão de network dos EUA”. Regressam à antena as novas temporadas dessas séries, mas também a série que “sai completamente fora de todas as normas – temos a certeza de que todos os anos quando chega aquele momento temos milhares de pessoas à espera para ver” Walking Dead, diz o ex- director adjunto de programas e canais temáticos da TVI.
E em directo? Há “conteúdos que sabemos que o espectador não pode esperar nem um dia para ver porque é fanático e emitimo-lo no dia seguinte”. Mas a sétima temporada da série sobre a sobrevivência pós-apocalipse zombie é particularmente aguardada e “pela primeira vez vamos emiti-lo praticamente em simultâneo com a emissão nos EUA – o primeiro episódio vai poder ser visto às 2h30” da madrugada de dia 24 de Outubro, explica Luís Fernambuco.
Com muita TV, seja no televisor ou noutros ecrãs, vem muita concorrência, não só oficial mas também à margem da legalidade. Esse encurtar das janelas de exibição em relação aos EUA, prática cada vez mais comum nas novidades nas grelhas dos canais por subscrição, é “a principal solução” dos canais para a pirataria – “quando vemos os rankings das séries mais pirateadas são precisamente estas, como Walking Dead”, admite, acreditando que “num país em que quase 90% da população tem televisão paga, acaba por ser mais cómodo ver umas horas depois”.
Só para os canais Fox dedicados às séries em Portugal (Fox, Fox Comedy, Fox Life, Fox Crime), a apresentação desta terça-feira incluiu 37 títulos, dos quais 11 novas séries - além da emissão da primeira temporada de Os Simpsons (para o 1.º aniversário do canal Fox Comedy a 18 de Novembro). Entre eles há estreias recentes, como o drama A Rainha do Sul, adaptação do romance homónimo de Arturo Pérez-Reverte (Fox Life, em Dezembro), protagonizada por Alice Braga e com Joaquim de Almeida e estreada este Verão no canal USA, ou a comédia Atlanta, sobre a cena hip hop da cidade da Georgia, que acompanha dois primos e o seu percurso na indústria musical, com estreia a 5 de Novembro na Fox Comedy. Mais antiga é The Mindy Project, uma rara voz feminina da comédia norte-americana, e que nos EUA já vai na quarta temporada (estreia no início de 2017 na Fox Comedy) depois de ter sido cancelada na Fox americana e sido resgatada pelo serviço de streaming Hulu.
No último ano, um outro operador de televisão por streaming, o Netflix, entrou no mercado português, alterando ainda mais um panorama onde os canais Fox ou AXN foram pioneiros; no mesmo período, a marca HBO escolheu como casa o canal TV Séries e o canal AMC passou a estar nos maiores operadores de televisão por subscrição portugueses. “Essa concorrência é salutar e não nos está a afectar directamente no nosso negócio”, defende o director de programas ao PÚBLICO. “Neste último ano em que cada vez há mais oferta tivemos as melhores audiências de sempre”, falando em “recordes” para os canais, que ultrapassaram “pela primeira vez a barreira psicológica dos 5% de share”.
E volta a falar da imensidão da oferta, da qual fazem parte novos títulos como Bull (30 de Outubro na Fox), que junta psicologia e tribunais com inspiração no televisivo Dr. Phil, ou um dos exemplos do regresso ao passado da televisão e cinema americanos que é a refundação de MacGyver – o herói da bricolage aventureira dos anos 1980/90 que volta na pele do seu filho estreia-se em Dezembro em Portugal.
Ambas se estrearam com audiências acima da dezena de milhões de espectadores na CBS americana, mas com má recepção da crítica. O mesmo não aconteceu com a primeira temporada de American Crime Story: O Caso de O.J., grande vencedor nos Emmys. American Crime Story voltará em 2017 com a segunda temporada da série de antologia (em que cada época se foca - num tema e elenco distinto), agora sobre o Furacão Katrina.
A quarta temporada de The Americans, sobre um casal de espiões soviéticos infiltrado nos EUA, uma das mais elogiadas da série, voltá já dia 7 de Outubro à Fox Crime. Mais para a frente, ainda sem data, estrear-se-á a sexta temporada de Segurança Nacional e debutará Legion, a primeira colaboração do muito explorado mundo Marvel com o canal FX passada paralelamente no universo X-Men e com base nos comics homónimos.
A apresentação incluiu ainda novidades dos canais 24Kitchen e National Geographic como Marte, a série documental e ficcional de Ron Howard sobre o potencial colonizável do planeta vermelho (13 de Novembro), Genius, com o físico Stephen Hawking como anfitrião (10 de Outubro) ou Killing Reagan, com base nos livros do republicano Bill O’Reilly (2017).